sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Campo Pequeno outra vez despovoado em noite de grandes triunfos

José Henriques: 50 anos a dar toques no Campo Pequeno

Miguel Alvarenga - O cartel não prestava? Os cavaleiros não eram bons? Os forcados não valiam? Os toiros não garantiam segurança aos aficionados?...

Nada disso acontecia - bem pelo contrário. Mesmo assim, os (ditos) aficionados voltaram ontem a deixar despovoadas as bancadas do Campo Pequeno. Ou me engano muito (oxalá me engane mesmo...) ou esta gente está desejosa que Medina ganhe as eleições no próximo domingo e tenha argumentos de sobra para acabar de vez com as touradas em Lisboa... Querem a praça e depois não põem lá os pés?...

Porque razão as outras praças enchem e até esgotam as lotações permitidas e Lisboa está sempre às moscas? Embirraram com o Pombeirinho? Zangaram-se com o Campo Pequeno? Ou já não há mesmo aficion na capital?

Mais logo, durante o dia, vou tentar responder a estes questões todas.

Artisticamente, foi uma corrida enorme. Cavaleiros em grande, forcados em noite espectacular e toiros sérios da ganadaria Vinhas a pedir contas e a emocionar.

Duarte Pinto bem com o primeiro toiro, complicado; e numa lide empolgante e muito séria com o quarto da noite, um toiro bom e exigente. Francisco Palha meio irregular no segundo da noite e a levantar depois a praça no quinto, com uma actuação daquelas que o colocaram na primeira fila. E João Salgueiro da Costa a impôr a sua raça e a verdade imensa do seu toureio em duas lides imponentes. E que fique bem claro: não falhou os dois ferros que caíram no sexto toiro. Ficaram lá. Os paus das bandarilhas é que saltaram. Deficiência de fabrico... Na primeira praça do país isso não é admissível.

Noite grande, triunfadores plenos, dos forcados de Alcochete e do Aposento da Moita - dois dos melhores grupos. Já aqui vão ver as seis pegas.

Ao início da corrida foi homenageado o cornetim José Henriques pelo 50º aniversário da sua estreia nesta praça (foto de cima) e também os Amadores de Alcochete, igualmente por meio século de glória nas arenas.

Para variar, ninguém percebeu nada do que foi dito nas homenagens. Em pleno século XXI não se justifica que uma sala de espectáculos como o Campo Pequeno continue a ter um som tão mau... Incrível!

Fotos M. Alvarenga

O que se passa no Campo Pequeno? Público cortou relações
com a primeira praça do país?...