sexta-feira, 1 de junho de 2012

Crime de Évora: antes de se entregar, presumível homicida ainda tentou "ajustar contas" com terceira irmã em Alcácer

Fotografado pelo "Farpas", no ano passado, com sua Mulher,
na procissão da Virgem del Rocio na Ota (Alenquer)
Guilherme Páscoa junto da imagem da Vigem del Rocío, no ano passado na Ota
Guilherme de Bívar Branco com a filha, de 6 anos, no ano passado, na procissão
do festejo "Ota Rociera" - uma foto postada pelo próprio
na sua página do "Facebook"

Antes de se entregar às autoridades em Alenquer, o criador de cavalos Guilherme de Bívar Páscoa, 42 anos, que quarta-feira terá assassinado na cidade de Évora a própria irmã, Ana Bívar Prôa, subdirectora do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, ainda se deslocou a Alcácer do Sal para também "ajustar contas" com a sua terceira irmã, Alexandra, mas não a encontrou por esta se ter ausentado de casa - noticia hoje o jornal "Público".
Na origem do crime terão estado, noticiam os jornais, problemas familiares que opunham o conhecido criador de cavalos às três irmãs e à Mãe. O litígio familiar arrastava-se há anos, segundo o "Público", mais concretamente desde a morte do Pai, em 2003, que deixou viúva Guilhermina Lynce, proprietária da Herdade da Lezíria em Alcácer do Sal. Terá sido esta propriedade que o presumível assassino vendeu em fracções, já após a morte do Pai, o que motivou uma acção em tribunal movida pelas irmãs para evitar que ele vendesse o que resta do património familiar, um monte também no concelho de Alcácer do Sal.
O crime de Évora ocorreu na noite de quarta-feira, dia em que Guilherme Páscoa terá sido notificado pelo Tribunal de Évora de decisão, solicitada pelas irmãs, de revogar uma procuração que lhe permitia representar a família em negócios. O criador de cavalos deslocou-se a Évora, onde duas irmãs estavam reunidas, Ana e Marta e atropelou-as quando saiam de casa da segunda em direcção ao automóvel da primeira, na Rua Dr. César Baptista no Bairro do Bacelo, periferia de Évora. Depois, saíu da viatura e esfaqueou Ana Cristina, ex-assessora da ex-Ministra da Cultura Gabriela Canavilhas e do actual secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, casada com o deputado social-democrata António Prôa. A outra irmã, Marta, de 44 anos, sofreu ainda golpes nos braços e nas mãos, mas foi salva pela pronta intervenção de um vizinho - que ainda chegou a ser ameaçado por Guilherme com a faca. Ambas foram socorridas no local, enquanto o irmão se punha em fuga. Ana morreu pouco depois de chegar ao Hospital de Évora e Marta teve alta já de madrugada.
Segundo noticia o "Público", Guilherme Páscoa ainda esteve ontem em Alcácer, procurando também "ajustar contas" com a terceira irmã, Alexandra, casada com um neto do saudoso Mestre Patrício Cecílio e da irmã do famoso cavaleiro Mestre João Núncio. Não a encontrou. Ao final da manhã, regressou à zona onde mora, Alenquer e entregou-se à GNR.
Ana Bívar Prôa será cremada ao início da tarde no Cemitério dos Olivais, em Lisboa. O velório realiza-se neste momento na Igreja do Campo Grande.

Fotos D.R.