quinta-feira, 30 de março de 2017

Troféus "Farpas"/"Volapié": fechámos com chave de ouro!

Os três galardoados ontem no jantar de encerramento do ciclo de entrega dos
Troféus "Farpas"/"Volapié" aos Triunfadores do Campo Pequeno - António Telles
Bastos, João Moura e Jooaquim Grave - com Joaquín Moreno, Rui Bento e Miguel
Alvarenga
João Moura: ainda e sempre, o primeiro!
O Dr. Joaquim Grave no uso da palavra depois de receber o galardão. E, em baixo,
António Ribeiro Telles Bastos, premiado como melhor peão de brega da temporada
na praça do Campo Pequeno

Fechámos ontem com chave de ouro e mais um sucesso acima das expectativas o ciclo iniciado em Novembro e que marcou este defeso com a entrega dos Troféus "Farpas"/"Volapié" aos Máximos Triunfadores da Temporada/2016 no Campo Pequeno.
O último jantar voltou a ter casa cheia e foram galardoados o Maestro João Moura, a ganadaria Murteira Grave e o bandarilheiro António Ribeiro Telles Bastos (na qualidade de peão de brega) - três representantes de três das mais Ilustres Famílias Taurinas nacionais.
Ao início do jantar, Miguel Alvarenga, director do "Farpas", fez questão de render justíssima homenagem à memória do Engº Joaquim Grave, de Mestre David Ribeiro Telles, de João Moura (pai) e de Benito Moura.
"O passado é a razão de ser do nosso presente e eu quero aqui homenagear estes grandes Senhores, que defenderam valores e princípios que já se vão perdendo e cada vez mais escasseiam, lembrando que os seus sucessores, hoje aqui galardoados, os souberam defender e honrar com a maior das dignidades", afirmou Miguel Alvarenga, pedindo para eles "não um triste minuto de silêncio, mas uma alegre salva de palmas".
Depois de em actos anteriores ter estado a cargo de vários - e brilhantes - oradores fazer o elogio e recordar a trajectória de cada galardoado, Miguel Alvarenga assumiu ontem esse papel afirmando que "para fechar o ciclo, decidi eu pegar o toiro de caras" e em breves palavras, dedicadas aos três últimos premiados premiados, disse tudo o que havia a dizer para enaltecer o valor de cada um dos três galardoados.
"Portugal já teve um naipe de grandes bandarilheiros, volta agora a ter e estão aqui alguns presentes. António Telles Bastos tem marcado a diferença pela arte, pelo nível e pela classe com que pisa uma arena, à boa moda e tradição da Casa Ribeiro Telles. É um dos melhores da sua geração e apesar de na mesma quadrilha de seu tio António ter a seu lado um grande toureiro, João Ribeiro 'Curro', este troféu pretende ser um reconhecimento e um incentivo à sua juventude", afirmou, àcerca do melhor peão de brega de 2016 no Campo Pequeno.
António Telles Bastos agradeceu a distinção com a modéstia e a humildade que marcam os grandes Homens da Festa Brava e prometeu "fazer todos os dias mais e melhor" para a merecer.
Sobre a ganadaria Murteira Grave, Miguel Alvarenga salientou que "o espectáculo tauromáquico é um palco de emoção e de risco e quando isso não sucede, perde-se a essência que está e esteve sempre na sua origem. Os toiros de Murteira Grave são toiros de verdade e toiros que trazem emoção às arenas. O seu triunfo no ano passado, nesta praça, na Corrida TV, foi memorável e justificou em pleno este troféu".
O Dr. Joaquim Grave, na hora de agradecer o prémio que galardoou a sua ganadaria, fez questão de frisar que "é uma honra receber este troféu num momento em que existem em Portugal tantas e tão boas ganadarias".
Por fim, Miguel Alvarenga fez a entrega do troféu ao Maestro João Moura e, em breves palavras, deixou dito tudo o que havia para dizer:
"De João Moura já se disse e já se escreveu tudo. A história teve um começo e ele aconteceu em Madrid no ano de 1976. O bailado de maravilha de João Moura com o cavalo 'Ferrolho' levou a crítica taurina a afirmar no dia seguinte que o silêncio sentido em Las Ventas foi tal que se uma moeda de uma peseta tivesse caído na arena se teria ouvido. Nesse dia, João Moura ditou as novas regras da arte do toureio a cavalo e essa sua 'ditadura' permaneceu ao longo dos anos e até aos dias de hoje e não houve ainda 'revolução' alguma capaz de acabar com ela! Houve um antes e um depois de Mestre João Núncio, um antes e um depois de José Mestre Batista e haverá sempre um antes e um depois de João Moura. Houve grandes actuações de cavaleiros no ano passado em Lisboa, mas o João, como sempre, marcou a diferença".
Emocionado, João Moura confessou que há um ano "pensava já não ser capaz" de estar à altura como esteve. "Cada vez que entro em praça é para dar o meu melhor e para triunfar", disse o Maestro. E, mais emocionado ainda, brindou este troféu a seus filhos João e Miguel, comovendo-se até às lágrimas. De hoje a uma semana, ele é o cabeça de cartaz da corrida de inauguração da Temporada Histórica do 125º Aniversário do Campo Pequeno, repartindo cartel com dois "monstros" do toureio mundial, Juan José Padilla e Roca Rey e os Forcados de Vila Franca.
Por fim, usou da palavra Rui Bento, director de Actividades Tauromáquicas do Campo Pequeno, chamado ao palco por Miguel Alvarenga, que louvou todo o seu trabalho e da equipa que o rodeia ao longo dos últimos onze anos para "recolocar a primeira praça de toiros de Portugal na rota das grandes Figuras do toureio mundial e num plano altíssimo a nível internacional".
Na ausência da administradora do Campo Pequeno, Drª Paula Mattamouros Resende (a gozar uma merecida semana de férias), Rui Bento fez as honras da casa e deixou a mensagem de que "o empenho e o esforço" de toda a sua equipa "continuará a dar frutos e a enriquecer a Festa e a praça do Campo Pequeno".
"Posso estar aqui mais doze anos ou sair amanhã, mas o meu empenho é total em prol do Campo Pequeno e da Festa. Esta praça é a referência e o espelho da Tauromaquia Nacional e todos os dias procuramos fazer mais e melhor", disse.
A iniciar o acto, Miguel Alvarenga destacou a "fantástica parceria" feita com Joaquín Moreno e o "Volapié" para homenagear e galardoar os Triunfadores do Campo Pequeno e anunciou que este ano tudo acontecerá em moldes diferentes:
"Este ciclo de entrega de prémios foi muito positivo, mas este ano vamos modificar o formato e realizar, depois de terminar a temporada, uma grande e única Gala para distinguir os triunfadores e que terá lugar provavelmente em Novembro na arena da praça do Campo Pequeno".
O director do "Farpas" agradeceu publicamente à empresa do Campo Pequeno todo "o apoio e incentivo para que levassemos por diante esta iniciativa, cedendo-nos o seu espaço e proporcionando-nos a realização destes jantares", personalizando os agradecimentos do "Farpas" e do "Volapié" nas pessoas da Drª Paula Resende, de Rui Bento, do Dr. Paulo Pereira e de Manuel Jacinto.
O jantar de ontem foi abrilhantado, como alguns dos anteriores, pela brilhante e muito aplaudida actuação do Grupo de Flamenco de Joaquín Moreno, composto pelos músicos Ramon Barrera, Paulo Croft e Carlos Mil-Homens e pelos fantásticos intérpretes da dança flamenca Sofia Abraços e Alfonso "El Moleno". Um espectáculo de se lhe tirar o chapéu!
Fechámos o ciclo com chave de ouro. Obrigado a todos os que marcaram presença em todos os jantares, obrigado à maravilhosa equipa do "Volapié" e parabéns a todos os que aqui foram muito justa e merecidamente galardoados. Não houve tretas, nem houve histórias - premiámos os verdadeiros triunfadores!

Mais logo, não perca todas as fotos deste grande acontecimento de ontem no Campo Pequeno - uma grande foto-reportagem de Maria João Mil-Homens.

Fotos Maria Mil-Homens