Rui Bento viveu ontem uma jornada marcada pelo reconhecimento e pela amizade dos amigos de sempre no jantar promovido pelos Forcados de Alenquer em homenagem aos seus 30 anos de alternativa |
Joaquim Tapada recordou as longínquas tradições taurinas da vila de Alenquer e falou dos toureiros da terra |
Num breve e emotivo improviso, Miguel Alvarenga passou em revista os momentos mais significativos da trajectória notável de Rui Bento nas arenas |
Casa cheia ontem em Alenquer no Restaurante "Grelha Mágica" na homenagem que os Forcados da terra renderam a Rui Bento pelos seus 30 anos de alternativa
Faltaram toureiros ontem em Alenquer no jantar de homenagem a Rui Bento pelos seus 30 anos de alternativa, promovido em boa hora pelo Grupo de Forcados Amadores de Alenquer - e isso foi lamentável. Mas, infelizmente, é o pão nosso de cada dia neste estranhíssimo meio taurino português...
Marcaram presença o cavaleiro Rui Salvador, os seus bandarilheiro João Pedro Silva e Paulo Sérgio e o seu apoderado Carlos Amorim; o Maestro Mário Coelho, que foi o mestre do homenageado nos seus primeiros passos nas arenas; o matador António João Ferreira; os bandarilheiros João Boieiro, Paco Duarte, Ernesto Manuel, Diogo Malafaia e João Ferreira; o ganadero Engº Jorge de Carvalho; os cavaleiros praticantes Soraia Costa e Joaquim Santos; o cabo fundador dos Forcados do Aposento da Moita, José Manuel Pires da Costa; os apoderados João Duarte e Luis Miguel Pombeiro. E poucas mais caras conhecidas das arenas, assim como város sócios do Grupo Tauromáquico "Sector 1", das tertúlias "Festa Brava" e "Alhandra, a Toireira"; vários elementos do grupo de emboladores e alguns funcionários da empresa do Campo Pequeno; e Rui Costa, vice-presidente da Câmara de Alenquer, que honrou o matador de toiros com a sua presença no jantar.
Contrapondo a inqualificável ausência das figuras do toureio nacional, na homenagem a um matador honrado que assinalava três décadas de alternativa, estiveram ontem ao lado de Rui Bento muitos dos seus amigos de infância, bem como toda a sua família.
Foram oradores o crítico tauromáquico Joaquim Tapada, que falou das tradições taurinas de Alenquer e dos toureiros da terra; e o jornalista Miguel Alvarenga, que num breve e emotivo improviso passou em revista a carreira e a trajectória de Rui Bento, "desde que em 1982 ganhou juntamente com José Luis Gonçalves o Concurso 'À Procura de Novos Toureiros' no Campo Pequeno, seguindo-se uma campanha memorável como novilheiro em Espanha, até à alternativa em Badajoz em Junho de 1988, ao acidentado percurso marcado por graves cornadas e à despedida das arenas em 2000 em Salamanca, seguindo-se depois um brilhante trajecto como apoderado e gestor taurino de praças de toiros, culminando, como Manuel dos Santos nos anos 60, com a chegada ao leme da praça do Campo Pequeno".
"Várias vezes os toiros lhe deram cornadas e o mandaram para casa, mas o Rui respondeu sempre com imensa fé, muito querer e enorme atitude, reaparecendo e dando de novo a cara pela profissão que abraçou e que sempre honrou com a maior das dignidades. A sua história é indiscutivelmente a história de um vencedor. Tudo o que o Rui fez, fez bem", disse Miguel Alvarenga, recordando o papel decisivo que tiveram na carreira de Rui Bento o grande empresário e mais tarde seu sogro, António José Vicoso e seu irmão Jorge Bento.
Depois o vice-presidente da Câmara de Alenquer, Rui Costa, teceu bonitas palavras de louvor ao "toureiro da terra", prestando a homenagem da autarquia a Rui Bento.
Por mim, visivelmente emocionado, Rui Bento agradeceu a todos e em particular aos Forcados Amadores de Alenquer, esta homenagem e quis ele próprio render também tributo a três amigos: ao Maestro Mário Coelho, seu mestre desde os primeiros passos na vida tauromáquica; ao nosso querido companheiro Emílio de Jesus, pelo "exemplo de vida que a todos tem sabido dar"; e a seu própio irmão Jorge, também ele a iniciar neste momento um difícil período, por motivos de saúde, "mas que hás-de vencer, como o Emílio venceu", disse.
A terminar a noite e antes de partir o bolo de aniversário da sua alternativa, Rui Bento deu a palavra ao Maestro Mário Coelho, que recordou "sempre ter acreditado nas potencialidades deste miúdo, desde que pela primeira vez senti o seu querer e a sua vontade de ser toureiro", enaltecendo as suas qualidades humanas e referindo mesmo que "o considero como meu filho".
Feliz e na companhia de toda a sua família e dos seus amigos de sempre, Rui Bento viveu ontem uma jornada marcada sobretudo pelo reconhecimento de todos pela sua honrada trajectória de matador de toiros e posteriormente de grande apoderado e empresário. "Mas, cima de tudo, uma jornada marcada pela amizade. Que é o sentimento mais importante que nos podem transmitir nesta vida", frisou.
Fotos Emílio de Jesus