terça-feira, 27 de novembro de 2018

Temporada 2018: 5 cavaleiros praticantes na linha da frente

António Prates está já num escalão acima e em 2019 tomará a alternativa.
É o novo caso do toureio equestre nacional
Ricardo Cravidão: aficionados têm os olhos postos nele
Francisco Correia Lopes, um clássico entre as novas estrelas
Manuel Oliveira e, em baixo, Soraia Costa, outros dois jovens com "pés para
andar"


O toureio a cavalo vive uma época áurea e tem o futuro assegurado. Num ano marcado pela definifiva explosão das figuras da nova vaga, a que já aqui fizemos referência, cinco jovens praticantes deram o salto para a primeira fila na sua categoria

Miguel Alvarenga - 2018 foi uma temporada marcada pela defintiva explosão das novas figuras do toureio equestre, como aqui já analisámos. Vamos hoje falar dos cavaleiros praticantes que estão na fila da frente e este ano deram também um salto rumo ao futuro.
António Prates, que tomará a alternativa na próxima temporada, está há já dois anos num escalão à frente. O triunfo que alcançou em Évora ao lado de dois monstros do toureio mundial, Rui Fernandes e Diego Ventura, colocou-o em definitivo num patamar superior em relação aos outros cavaleiros praticante. Está, na realidade, uns furos acima e é aquele que mais promete em termos de futuro.
O jovem Prates (filho do também cavaleiro, retirado, José Prates) consolidou uma posição nesta temporada, que fechou com chave de ouro de novo em Évora na última corrida do ano. Deixou de ser uma esperança, para ser agora um caso. 2019 será o ano da consagração e a passagem à classe seguinte, a de cavaleiro profissional, marcará por certo a temporada que aí vem.
Ricardo Cravidão fará ainda mais uma campanha como cavaleiro praticante em 2019, só ascendendo à categoria profissional em 2020. É, logo a seguir a Prates, o jovem cavaleiro em quem os aficionados têm os olhos postos. No próxima ano dará certamente mais um salto, passando a incluir cartéis com maior visibilidade, ao lado de cavaleiros profissionais. Para já, nas novilhadas em que tem participado, está a revelar-se como um toureiro de risco e de emoção, dos que pisam a linha de fogo. É um excelente equitador, está muito bem montado e demonstra muito querer e atitude. Já se percebeu que não vai ser só mais um.
Com um estilo clássico, sóbrio e marcante, também Francisco Correia Lopes, filho do antigo cavaleiro José Manuel Correia Lopes, está a somar pontos e a afirmar-se entre as mais firmes esperanças do toureio equestre. Esta sexta-feira recebe na Azambuja o troféu com que a Tertúlia "Festa Brava" o distinguiu em 2018 e isso deverá constituir um importante incentivo para o jovem cavaleiro, também um exímio equitador, encarar os compromissos da próxima temporada. Tem, repito, um estilo distinto dos dois cavaleiros referidos anteriormente. Mas é sempre notável que entre a juventude existam toureiros a cavalo a interpretar a arte de forma distintas. E Correia Lopes prima pelo classicismo com que sente e interpreta o toureio a cavalo, o que o distingue dos demais.
Manuel Oliveira, filho do também veterano cavaleiro tauromáquico Manuel Jorge de Oliveira, é outro jovem que tem demonstrado qualidades e que pode chegar longe, honrando o passado de seu pai, que foi dos primeiros nas décadas de 70 e de 80. Em relação aos cmpanheiros que referi anteriormente, encontra-se ainda num patamar abaixo, mas isso é natural, Manuel está a dar os primeiros passos. Contudo, está a dá-los com serenidade, com apuramento e com bom gosto, evoluindo e subindo a escadaria com dignidade.
Soraia Costa, a cavaleira do Norte, também ela filha de outro cavaleiro de alternativa, José Carlos Pottugal, é a nova estrela do futuro no toureio feminino. Tem "gancho" e chega ao público, é ousada e arrisca, é ambiciosa e tem atitude. Foi beber a água da Torrinha, a melhor das universidades do toureio a cavalo e começa seriamente a dar nas vistas. O triunfo de 2017 no Campo Pequeno mostrou-a aos aficionados e abriu-lhe as portas ao futuro. Esta temporada manteve o nível e manteve, sobretudo, a afirmação de que promete ir longe.

Fotos Maria Mil-Homens, Fernando Clemente e Sofia Almeida