O "temple sevilhano" de Manuel Dias Gomes numa tarde de arte |
Garra, valor e toureio de bom gosto: Vasco Veiga voltou a evidenciar a sua arte depois do triunfo na Chamusca |
Grande par de bandarilhas de Cláudio Miguel no novilho de Dias Gomes, da Sociedade das Silveiras |
A classe e a arte de Ana Batista superaram o "mau feitio" do novilho de Prudêncio |
Triunfo importante de António Maria Brito Paes, a chamar as atenções, a dizer "Estou aqui!" |
Lide notável de João Telles, a "aquecer motores" para a encerrona da tarde seguinte em Coruche |
Joaquim Brito Paes voltou a evidenciar o seu valor e a prometer brilhante carreira |
José Maria Cortes e Manuel Ribeiro foram os forcados da cara pelo Grupo de Amadores de Montemor |
Martim Graciosa, filho do saudoso Nelinho Graciosa, estreou-se com uma grande pega pelo grupo das Caldas |
Fernando José (texto e fotos) - A centenária praça de toiros das Caldas da Rainha foi na tarde do passado sábado palco de um bom festival taurino a favor das vítimas das cheias a Moçambique, um espectáculo com notável entrega de todos os artistas, onde se viram grandes momentos de toureio a cavalo e a pé e excelentes pegas, a que há a lamentar apenas a falta de público, que não correspondeu ao apelo dos Forcados das Caldas e da Fundação L Vida, organizadores deste festejo solidário. Lamentável.
A abrir praça esteve a cavaleira Ana Batista, que enfrentou um exemplar da casa Prudêncio que não facilitou a actuação da cavaleira de Salvaterra, mas esta com a sua experiência e arte toureira acabou por lhe dar a volta de forma superior.
A segunda actuação pertenceu a António Maria Brito Paes, que enfrentou um oponente de António Silva que lhe permitiu uma excelente actuação, toureou a gosto, o público retribuiu com fortes aplusos. Uma actuação importante de um cavaleiro de valor que merece maior atenção por parte das empresas.
Em aquecimento para a encerrona do dia seguinte em Coruche, João Telles esteve notável com uma actuação soberba perante um toiro da casa, da Torrinha.
Para terminar a lide a cavalo esteve o representante mais novo da dinastia Brito Paes, o jovem praticante Joaquim B. Paes, que brindou a sua lide ao seu amigo Vasco Veiga. Teve pela frente um novilhos de Calejo Pires que não deu facilidades, no entanto o jovem Joaquim assinou ferros de muito boa nota.
Nas pegas estiveram os grupos de forcados de Montemor e das Caldas. Pelos montemorenses pegaram José Maria Cortes à primeira e Miguel Ribeiro à segunda; pelo grupo anfitrião foram caras Duarte Manuel à segunda e Martim Graciosa, filho do saudoso Manuel (Nelinho) Graciosa, que se estreou com uma grande e emotiva pega.
Já na parte apeada - louve-se o facto de o festival ter incluído toureio a pé - começou bem Manuel Dias Gomes, que teve pela frente um exemplar da casa Herdade das Silveiras que começou por não facilitar a lide ao matador, no entanto este acabou por lhe dar a volta numa lide de menos para mais terminando a sua actuação com aplausos das bancadas.
A encerrar a festival esteve o jovem amador Vasco Veiga, que depois da sua boa actuação na Chamusca ao lado das "estrelas", entrou na centenária praça das Caldas da Rainha com uma garra notável, esteve muito bem no capote com bonitos detalhes, deixou dois pares de bandarilhas perfeitos ao novilho da sua casa (ganadaria Manuel Veiga) e na muleta mostrou uma enorme variedade e vontade de querer afirmar-se como nome do toureio a pé. O público gostou e retribuiu com calorosos aplausos.
Com nota final fica uma boa tarde para uma causa nobre, superiormente dirigida pela nova directora Ana Pimenta.
A abrilhantar o espectáculo esteve a Banda Comércio e Indústria de Caldas da Rainha.