A praça de Coruche, uma das maiores do país, encheu (três quartos de casa) e João Ribeiro Telles alcançou um triunfo memorável e histórico, na esperada encerrona de ontem, acabando aos ombros dos seus primos António e Tristão com o público de pé a render-lhe estrondosa homenagem.
João Telles diversificou, teve argumentos para todos os toiros de diferentes encastes, a corrida teve ritmo e um momento particularmente emocionante, no quarto toiro, lidado a três com seu tio António e seu primo Manuel.
O primeiro objectivo foi cumprido: o público acorreu, a praça encheu e quem ali esteve, esteve por ele. O segundo também: João demonstrou a real dimensão da sua arte e consagrou-se, se dúvidas ainda existissem, como uma das novas figuras do toureio a cavalo.
Os forcados Amadores de Montemor (João da Câmara, Vasco Ponce e Francisco Borges, todos à primeira) e Amadores de Coruche (João Ferreira Prates à segunda, Fábio Casinhas e António Tomás à primeira) foram dignos e brilhantes companheiros de Telles nesta sua tarde para a História.
O cavaleiro lidou, por esta ordem, toiros das ganadarias Palha (de que enfrentava pela primeira vez um exemplar, um toiro exigente e sério), Maria Guiomar Cortes Moura (o mais pesado, com 610 quilos, que não teve emoção nem transmissão), Murteira Grave (um toiro de muito boa nota, sério, a pedir contas), Vale de Sorraia (um toiro meio sonso, mas que os três Telles taparam com a sua arte), Passanha (toiro empenhado e a impor-se) e David Ribeiro Telles (que teve som e seriedade).
A corrida foi bem dirigida por Agostinho Borges, que esteve assessorado pelo médico veterinário Dr. Feliciano Reis.
Ao longo do dia não perca a detalhada análise de Miguel Alvarenga e todas as fotos de Mónica Mendes.
Fotos M. Alvarenga
