Um cavalo foi a causa do divórcio. Pedro Penedo e o cavaleiro David Gomes puseram hoje fim ao apoderamento que os unia desde o ano passado. Mais um estrago na carreira do toureiro causado pela venda do "Campo Pequeno" a Caetano - que já o fizera "cair" de uma tourada em Abiul...
Na sequência da polémica "descontratação" da tourada para que estava anunciado a 14 de Agosto em Abiul, Pedro Penedo terminou esta noite, de forma cordial, segundo o próprio, a relação de apoderamento que o unia ao cavaleiro David Gomes desde o início da temporada passada.
"Desejo-lhe as maiores felicidades para o resto da sua carreira, mas não fazia sentido continuar a seu lado. Todos os toureiros que apodero têm prévio conhecimento, claro como água, dos contratos que faço com as empresas e dos termos dos mesmos. O David foi contratado para Abiul sob a minha palavra de que levaria, como exigiam os membros da Junta de Freguesia de Abiul, o seu célebre cavalo 'Campo Pequeno'. Não teve a cortesia de me comunicar, sequer, que afinal vendera o cavalo, vim a saber por terceiros e pela leitura do 'Farpas'. E eu estou neste meio com alguma dificuldade, porque tenho palavra e tenho princípios e nem sempre é fácil lidar e falar com os homens dos toiros. Tinha dado a minha palavra à empresa de Abiul e o David sabia disso. Com respeito, com amizade e com cordialidade, pus esta noite um ponto final na nossa relação de apoderamento, ode não fazia sentido algum eu continuar", explica o apoderado.
Entretanto, há novos episódios neste folhetim "Abiul/cavalo": a Associação Nacional de Toureiros convocou David Gomes para uma reunião amanhã, segunda-feira, para lhe disponibilizar todo o apoio necessário na hipótese de pretender avençar com um processo em tribunal contra a Junta de Freguesia de Abiul por "incumprimento do contrato".
E o cavaleiro Marcos Bastinhas, nome de que se falava para substituir David Gomes na corrida de 14 de Agosto em Abiul, já terá feito chegar aos organizadores da corrida a sua decisão de não aceitar fazer a substituição. Primeiro, por ter sido chamado como "segunda opção" para integrar um cartel da Feira; depois, por solidariedade para com David Gomes e por discordar da "desontratação" de que o companheiro foi vítima.
Fotos M. Alvarenga e Emílio de Jesus