Os homens dos toiros continuam, pelos vistos, preocupadíssimos com "a duração do espectáculo tauromáquico". Uma vez mais, este é o tema de um almoço promovido pelo Club de Santarém e que vai ter lugar na próxima segunda-feira na capital ribatejana com a presença de José Cáceres.
No Campo Pequeno, por exemplo, suprimiu-se o intervalo (sou o mais contra possível) e as corridas em vez de começarem às dez da noite, começam agora um quarto para as dez. Diziam os alentejanos que chegavam a casa sempre às cinco da manhã, quando vinham aos toiros a Lisboa. Agora, ficámos sem intervalo (embora toda a gente o pratique na mesma...) e os alentejanos em vez de chegarem a casa às cinco da matina, chegam um quarto para as cinco...
Mas (estranhíssimo!) ainda ninguém se lembrou de fazer como se faz em Espanha e começar as corridas às oito da noite. Em vez de ser às cinco ou às seis, quando ainda está um calor infernal e ninguém é capaz de aguentar três ou mais horas ao sol, incomodamente sentado nas nossas praças pré-históricas, para ver uma tourada...
Há coisas que me espantam. Andam todos muito agitados com a duração das corridas e não se preocupam com coisas muito mais importantes. Em Madrid, primeira e principal praça do mundo, as corridas começam às oito da noite. Porque é que no Alentejo, e também no Ribatejo, insistem em iniciá-las às cinco e às seis? É para ficarem com as bancadas vazias?...
Adaptem-se aos tempos modernos, senhores! As corridas à tarde têm que ser às oito da noite.
Fotos M. Alvarenga
