
Há 17 anos, o actual cabo dos Forcados Amadores de Lisboa, Pedro Maria Gomes, saíu de uma pega na Malveira com o fígado esmagado e esteve 32 dias entre a vida e a morte
Passam hoje precisamente dezassete anos sobre a brutal colhida que deixou às portas da morte, com o fígado esmagado, o actual cabo dos Forcados Amadores de Lisboa, Pedro Maria Gomes, que sucedera no cargo a seu pai, José Luis Gomes, o sucessor do mítico Nuno Salvação Barreto na chefia do grupo que na última temporada comemorou 75 anos de existência.
A tragédia aconteceu a 19 de Junho de 2003, que era Dia de Corpo de Deus (e de imenso calor) numa corrida realizada em praça portátil na Malveira.
Pedro Maria Gomes era o forcado de cara numa das pegas a um poderoso toiro da já extinta ganadaria do matador Vitor Mendes.
Depois de executar a sorte, uma duríssima pega, como as fotos documentam, Pedro permaneceu na trincheira sem sentir quaisquer sintomas e sem se aperceber da gravíssima lesão que acabara de sofrer e já só mesmo no final da corrida se sentiu indisposto, sendo de imediato transportado a Lisboa ao Hospital de São José.
Seguiram-se 32 dias entre a vida e a morte e em que foi operado duas vezes, acabando depois por ser transferido para o Hospital dos Capuchos - onde na altura deu uma grande entrevista em exclusivo ao jornal "Farpas" (capa ao lado).
José Luis Gomes, seu pai, recordaria numa entrevista em 2009 que o filho só se salvou "devido a intervenção divina". Seis anos depois da tragédia, a 15 de Setembro de 2009 e apesar de os médicos o terem aconselhado a não voltar a pegar, Pedro Maria Gomes regressou às lides e executou memorável pega numa corrida realizada na Feira da Moita.
Fotos Emílio de Jesus/Arquivo