quinta-feira, 18 de junho de 2020

Iván Fandiño morreu há 3 anos na arena francesa de Aire sur L'Adour

Momento da cornada fatal há três anos em Aire sur L'Adour
Iván Fandiño com o seu apoderado Néstor García, que ontem o
lembrou nas redes sociais


Iván Fandiño passou à eternidade há três anos. Morto por um toiro na arena francesa de Aire sur L'Adour, o matador espanhol foi ontem lembrado nas redes sociais pelo seu eterno apoderado, Néstor García

"Vivir del recxuerdo, morir de presente" - foi com esta simples frase que o apoderado do saudoso Iván Fandiño o lembrou ontem nas redes sociais, quando passavam três anos da fatídica tarde em Aire sur L'Adour (17 de Junho de 2017).
"Gritava com dores, era impressioante. Os gritos de Fandiño ouviam-se fora da enfermaria" - contou Rui Bento ao "Farpas", há três anos, após assistir à trágica colhida mortal do matador espanhol Iván Fandiño, quando fazia um quite por "chicuelinas" ao terceiro toiro da corrida, da ganadaria espanhola da Baltazar Ibán, primeiro do lote do toureiro que Rui Bento ao tempo apoderava, Juan del Álamo.
"Pensámos que era uma cornada forte, mas nunca que ia morrer. Iván Fandiño fizera uma grande faena no primeiro toiro da corrida e cortara uma orelha. No terceiro, de Juan del Álamo, saíu a fazer um quite de capote e foi quando tropeçou e foi apanhado já no chão pelo toiro, que o enganchou e lhe deu uma cornada nas costas. Percebemos de imediato que era uma cornada grande, mas como não era do lado do coração, ficámos mais tranquilos. Eram impressionantes os gritos de Fandiño pela dor que sentia, quando o levantaram da arena e o levaram para a enfermaria", contou na altura Rui Bento ao "Farpas".
E acrescentou:
"Logo a seguir, no tércio de bandarilhas, foi colhido contra as tábuas o nosso bandarilheiro Pedro Vicente Roldán (da quadrilha de Álamo), que sofreu apenas uns puntazos e uma contusão, mas sem gravidade. Entrou na enfermaria e eu fui com ele. Ainda lá estava o Iván Fandiño e eram impressionantes os seus gritos de dor, que se ouviam cá fora da enfermaria... Os médicos tinham no rosto estampada a impotência, estavam preocupados, a cornada era grave. Foi então levado para o Hospital de Mont de Marsan e a corrida prosseguiu. O Juan del Álamo teria cortado as orelhas a esse toiro se não tem pinchado a matar. Deu volta à arena. No segundol, cortou uma orelha. Fomos embora para o hotel, bem como a quadrilha de Ivá Fandiño e a seguir contávamos ir ao hospital saber como ele estava, quando recebemos a notícia de que morrera. Ninguém queria acreditar. A própria quadrilha do Fandiño estava connosco no hospital. Um dos seus bandarilheiros é Roberto Jarocho, antigo matador, que pertence à quadrilha de Juan del Álamo e que esta tarde saía com Fandiño. No ano passado, em Teruel, integrava a quadrlha de Victor Barrio quando esteve morreu em Teruel. É tudo muito duro de entender...".
"Antes da corrida - contava-nos Rui Bento há três anos - estive com o Iván Fandiño no páteo de quadrilhas, deu-me um abraço e felicitou-me pela saída em ombros do Álamo na semana anterior em Madrid. 'Vocês os dois já mereciam isto, fiquei muito contente pelo triunfo do Juan', disse-me".
Iván Fandiño, de 36 anos, natural de Orduña, no País Vasco, vivia em Guadalajara e era casado com uma equatoriana, de quem tinha uma filha de ano e meio. 
"Disseram-nos depois no hospital que a cornada era mesma fatal e que não havia nada a fazer. Perfurou-lhe o fígado e os rins. No caminho para o hospital terá tido uma paragem cardíaca e não foi possível fazer nada para o salvar", acrescentava Rui Bento.

Fotos D.R.