
Manuel Ribeiro Telles Bastos cumpre hoje 12 anos de alternativa. Pode não ser uma data redonda ou justificativa de comemorar com a mesma força de outros aniversários, mas não deixa de ser uma efeméride digna de registo - e de aplausos. Sobretudo pela dignidade e pelo valor com que o Manuel viveu nas arenas, e fora delas, esta dúzia de anos de grande e dedicado profissionalismo, de muira arte e de um rigor profundo em defesa das tradições e do classicismo com que sempre interpretou, virando as costas às modas, a tão nobre arte de lidar e tourear a cavalo.
Manuel Telles Bastos tinha 20 anos quando a 7 de Setembro de 2006 a praça do Campo Pequeno esgotou a sua lotação até às bandeiras numa noite que ficou a História. Vestiu, como vestem sempre os Ribeiro Telles nas suas alternativas, a emblemática e bonita casaca de veludo azul, caseada e fio de prata, essa mesma que Mestre David, seu avô e recordado patriarca da ilustre família, vestiu também na noite da sua alternativa.
Foi Mestre David, de traje campero e então com 78 anos, quem foi à arena do Campo Pequeno, sob grande e calorosa ovação, comceder-lhe a alternativa, na presença de seus tios João e António e de seu primo João, que dois anos depois receberia também o doutoramento noutra noite que se não esquece naquela mesma arena.
Pegaram os forcados Amadores de Santarém e Amadores de Coruche e lidaram-se toiros da ganadaria de David Ribeiro Telles, tendo Manuel toureado de forma brilhante o nº 311, com quatro anos, negro, com 460 quilos. Uns anos antes, o então jovem cavaleiro fizera a sua estreia na praça de Vila Franca.
Doze anos depois, recordamos essa grande corrida e daqui felicitamos o Manuel, aplaudindo a arte com que tem marcado a sua carreira. O clássico da nova vaga tem hoje razões de sobra para se sentir feliz e realizado. É um toureiro dos de cima.
Fotos D.R. e @Nova Gente




