Esta foto foi tirada pela repórter Maria João Mil-Homens no sábado no Coliseu de Elvas e tem uma razão de ser.
O consagrado bandarilheiro montijense Luis Peixinho ao lado do Maestro João Moura, a cuja quadrilha pertenceu durante alguns anos, formando desde os inícios da revolução mourista recordada parelha com Amâncio Grilo.
Luis Peixinho cumpriu esta temporada, tal como João Moura, 40 anos de alternativa - com a particularidade de a terem tomado ambos com menos de 24 horas de intervalo.
"Eu já integrava como praticante a quadrilha do João Moura e tomei a minha alternativa de bandarilheiro profissional na noite anterior à do João", recordou Luis Peixinho.
Foi a 10 de Junho de 1978 na Monumental de Santarém, numa corrida nocturna da Feira do Ribatejo (outros tempos... quando a Monumental "Celestino Graça" enchia até às bandeiras) que Luis Peixinho recebeu a alternativa. O padrinho foi José Tinoca e a testemunha foi o saudoso José Agostinho dos Santos.
Recorda o popular bandarilheiro:
"Eram toiros do Senhor David Ribeiro Telles e o director de corrida era o meu conterrâneo e meu saudoso amigo Augusto Gomes Júnior. Toureavam a cavalo o Gustavo Zenkl e o Fernando de Andrade Salgueiro e a pé os Maestros Mário Coelho e 'Niño de la Capea'. Bandarilhei dois toiros com o José Tinoca e o José Agostinho dos Santos".
E continua:
"Recebi a alternativa nessa noite e na tarde seguinte, 11 de Junho de 1978, já saí como profissional com o João Moura na corrida da sua alternativa. Lembro-me como se fosse hoje. Vestimo-nos no Hotel Abidis e tivemos que ir para a praça, que estava completamente esgotada, com batedores da polícia à frente do nosso carro, a abrir caminho. Eram outros tempos, havia um glamour e uma chama diferentes na Festa".
"Nessa corrida da alternativa do João saí eu na quadrilha, o Amâncio Grilo e ainda um bandarilheiro espanhol que era o Javier. A partir de então, estive vários anos na quadrilha do João. Fomos nós, eu e o Amâncio, que o acompanhámos no arranque dos anos de ouro da revolução mourista! Tenho um imenso orgulho nisso!", diz, a terminar.
Depois, Peixinho esteve também colocado nas quadrilhas de Luis Miguel da Veiga e de Paulo Caetano, entre outros, até se despedir das arenas. Posteriormente, foi apoderado do matador Nuno Casquinha e tem mantido sempre uma ligação directa ao mundo tauromáquico, marcando assídua presença nas praças.
Um Senhor dos tempos em que na Festa só havia Senhores!
A nossa homenagem aos seus 40 anos de alternativa - que não podem passar esquecidos!
Foto Maria Mil-Homens
