quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Moita: Vilhais e Brito de Sousa atiram farpas um ao outro...


Em termos de público, a Feira da Moita voltou a não resultar. E no rescaldo do certame, o empresário Rafael Vilhais e o presidente da Sociedade Moitense de Tauromaquia, Pedro Brito de Sousa, atiraram farpas um ao outro em declarações ao site toureio.pt. Resta agora saber se Rafael continua mais três anos "a sofrer" ou se rescinde o contrato...

Rafael Vilhais levantou as praças por onde passou e que estavam "mortas em combate", casos das de Salvaterra de Magos, de Moura e das Caldas da Rainha - mas ainda não foi desta que logrou dar a volta à da Moita. O empresário adjudicatário da praça de toiros "Daniel do Nascimento", considera que as coisas "têm que se alterar ou isto acaba", diz que a Feira "não aguenta quatro corridas de semana seguidas". Queixa-se de que à Moita não vai o público da Moita: "Quando lhe damos tudo, não vem. Quando lhe damos outra coisa também não vêm (...) Grande parte do público que vem é de fora (...) Em percentagem, se calhar, digo eu, será 20/25% de pessoas da Moita, o resto é tudo de fora e logo por aí se vê...".
E acrescenta:
"As pessoas gostam da corrida de quinta-feira, isto é um país em que está enraizado o toureio a cavalo e com forcados, isto numa terra que se diz aficionada do toureio a pé. Já cá veio o Roca Rey, o Sebastián Castella, o Manuel Escribano e tanto faz, andamos na mesma bitola".
Vilhais congratula-se com a enchente de quinta-feira, diz que "as coisas já foram melhores, foi uma corrida que se deu para pagar a ela" e em que "sobrou alguma coisa", mas frisa que "não sei se deu para pagar o que as outras deram de prejuízo".
E conclui, afirmando que "hoje, esta Feira não se suporta":
"Ninguém está para investir aqui se isto não der minimamente o rendimento para se poder seguir com as coisas".
Pedro Brito de Sousa, presidente do Conselho de Administração da Sociedade Moitense de Tauromaquia, a proprietária da praça "Daniel do Nascimento", também em declarações a Hugo Calado no site toureio.pt, opina que "não houve assistências fracas, não foram enchentes...", mas "todas as corridas este ano tiveram mais gente que no ano passado", pelo que considera que "a afluência de público melhorou".
"O que é necessário para vir mais gente à praça? Gostava de ter essa receita para a passar ao empresário", acrescenta Brito de Sousa.
Confrontado com as declarações do empresário Rafael Vilhais, diz:
"Surpreendem-me essas declarações porque todas as empresas que concorrem à praça da Moita conhecem o caderno de encargos, portanto virem queixar-se à posteriori não faz sentido".
E sobre a continuação de Vilhais à frente da praça - uma incógnita -, afirma o presidente da SMT:
"O Rafael tem mais três anos de contrato, é um facto que o contrado pode ser denunciado por qualquer uma das partes, não sei o que é que ele pensa fazer. Nós toda a vida cumprimos os nossos contratos e esperamos que ele faça o mesmo. Estamos contentes com o Rafael".
Na sexta-feira passada, na última corrida da Feira da Moita, o "Farpas" também questionou Rafael Vilhais sobre a sua permanência à frente da praça e ele limitou-se a encolher os ombros: "Não sei...".
Pedro Brito de Sousa também nos reafirmou o que disse depois ao toureio.pt: "O Rafael tem mais três anos de contrato".
Mas nos mentideros da Festa diz-se que o empresário não vai querer continuar. E que Brito de Sousa até já terá estabelecido alguns contactos para avaliar o possível interesse de outras empresas...
Vamos aguardar...

Foto Maria Mil-Homens