terça-feira, 23 de outubro de 2018

Mafia nos toiros? Novela "Talavante/Toño Matilla" incendeia mundillo...



A telenovela "Talavante/Toño Matilla" está a incendiar o mundillo taurino espanhol depois de o jornalista Javier Negre ter denunciado no jornal "El Mundo" que a retirada do toureiro foi provocada pelo boicote do "Maquiavel dos Toiros", a quem referencia como "capo" da Mafia...

"A verdadeira razão do adeus de Talavante", que depois de tourear na Feira del Pilar em Zaragoza anunciou a sua retirada das arenas, é atrbuída pelo jornalista de investigação Javier Negre ao boicote que lhe terá sido feito pelo seu ex-apoderado Toño Matilla, de quem se separou há cerca de quatro meses.
Segundo o jornalista, depois de ter saído em ombros de Granada (em Junho) e de ter aberto a porta grande de Madrid, Alejandro Tavalante terá exigido ao seu apoderado que subisse o seu cachet em mais 15 mil euros por corrida. "Foi a sua sentença de morte", afirma o jornalista. No dia seguinte, Matilla anunciou o fim do apoderamento e, segundo Negre, terá iniciado um boicote ao toureiro, "movendo as suas influências para lhe fechar as portas das grandes feiras".
"Não o vetou apenas nas praças que gere. Também nas que são controladas por outros empresários. Porque apoderar Manzanares, Padilla, Fandi dá-lhe o poder de dizer que se Talavante for, não manda as suas estrelas. Como possui várias praças, também ameaça vetar os toureiros de outros empresários nesse sistema em que os intercambiam como cromos para ganhar mais e o rendimento do toureiro é o que menos importa", acusa o jornalista, concluindo que Talavante deixou de estar nas grandes feiras "por arte da Mafia".
O apoderado Toño Matilla - que passou também agora a apoderar Morante de la Puebla - já reagiu às acusações do jornalista Javier Negre, através de um comunicado em que acusa que "se publicaram falsidades e informações não contrastadas por todas ou alguma das partes", considerando que essas "supostas acusações tentam prejudicar a honestidade e o profissionalismo com que tentei trabalhar durante toda a minha trajectória profissional".
"Decidi concluir a minha relação profissional  com Alejandro Talavante - que considero um toureiro grandioso - em Granada no dia 1 de Junho, depois de me ter exigido um aumento de 15.000 euros nos seus honorários por cada actuação, como se publicou nos últimos dias", confirma o apoderado e empresário da famosa Casa Matilla.
E diz mais:
"Talavante argumentou que era 'o melhor, o número um". Depois de o tentar em algumas ocasiões, de forma frustrada, considerei que não podia conseguir o que ele me exigia e dei por terminada a relação profissional que nos unia. Não podia defraudá-lo, nem a ele, nem a mim mesmo. Modestamente, penso que o 'número um' tem, que reflectir-se na taquilla (bilheteira) e ele não o era...".
E sobre o alegado boicote ao toureiro, esclarece no comunicado:
"Não tenho poder, capacidade, nem desejo algum de 'boicotar' a carreira profissiomnal de Alejandro Talavante, nem de nenhum outro toureiro. Só e exclusivamente me dedido a trabalhar cada dia para defender os interesses dos diestros que confiam em mim para estar a seu lado".
O próprio Talavante não se pronunciou ainda sobre as acusações do jornalista do "El Mundo" ao seu ex-apoderado, nem esclareceu ainda as razões que o levaram a anunciar a retirada das arenas "por tempo indeterminado", depois de tourear no passado dia 14 em Zaragoza, precisamente na mesma corrida em que se despediu Padilla.
A telenovela promete cenas escaldantes nos próximos capítulos...

Fotos D.R.