segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Quim-Zé Correia morreu há 52 anos no Campo Pequeno

Quim-Zé Correia era ao tempo a nova figura que despontava
no toureio a cavalo
As últimas cortesias. O jovem cavaleiro completava neste
dia o seu 21º aniversário natalício
O último ferro de Quim-Zé Correia, antes da queda que lhe provocou a morte
O momento da colhida fatal e, em baixo, o programa do Festival



Cumprem-se amanhã 52 anos sobre a trágica tarde de 16 de Outubro de 1966 em que morreu na arena do Campo Pequeno o então promissor cavaleiro Joaquim José Correia "Quim-Zé".
Uma das mais destacadas figuras da época, no tempo em que as novas vedetas eram Mestre Batista e Luis Miguel da Veiga, o jovem cavaleiro de Évora era uma das grandes apostas do então empresário Manuel dos Santos, que o repetira nessa temporada várias vezes em Lisboa e nas principais praças do país.
Joaquim José Correia completava 21 anos de idade nessa tarde. Actuava graciosamente na praça do Campo Pequeno no tradicional festival de final de temporada em benefício do Orfanato-Escola Santa Isabel e tinha por companheiros de cartel o cavaleiro José Samuel Lupi e os matadores de toiros espanhóis António Borrero "Chamaco", Paco Camino e Paco Pallarés, pegando os Forcados Amadores do Montijo, comandados por José Jacinto Carvalheira, tendo sido António Sécio, que mais tarde viria a capitanear o grupo, quem pegou o toiro que colheu mortalmente o cavaleiro.
Quim-Zé foi aparatosamente colhido pelo toiro "Carvoeiro", da ganadaria Rio Frio (de José Lupi) depois de o seu cavalo "Tirol" ter escorregado logo no início da lide.
Ficou inconsciente na arena e foi de imediato transportado ao Hospital de Santa Maria, onde deu entrada já em estado de morte cerebral. O óbito foi confirmado ao início da noite e o seu funeral, no dia seguinte, foi o primeiro a passar no tabuleiro da nova Ponte Salazar, inaugurada nesse ano.
Quim-Zé Correia, que recebera a alternativa um ano antes, a 18 de Abril de 1965 (Domingo de Páscoa) na mesma arena do Campo Pequeno, das mãos de D. José de Atahyde, era ao tempo o novo valor que despontava e que o empresário Manuel dos Santos elegera para rivalizar com José Mestre Batista e Luis Miguel da Veiga.
Embora a viver na Cova da Piedade há já alguns anos, Joaquim José Correia nascera na cidade de Évora em 16 de Outubro de 1945 e dera os primeiros passos na arte do toureio e da equitação recebendo os ensinamentos de Mestre Simão da Veiga e de António Anão, famoso equitador do Redondo.
Foi o segundo cavaleiro a morrer na arena do Campo Pequeno, depois de Fernando de Oliveira em 1904.

Fotos Lucílio Figueiredo/Arquivo