Francisco Palha e Ana Batista ladeados por Rafael Vilhais, José Caetano Pestana e José Luis Gomes. Em baixo, Ana Batista com o seu apoderado José L. Gomes |
Publicamos o texto de Miguel Alvarenga de elogio aos cavaleiros João Moura, Ana Batista e Francisco Palha, lido ontem por Maria João Mil-Homens no Baile da Jaqueta, na Golegã, onde se lhes rendeu merecida homenagem
Rende-se hoje aqui neste Baile das Jaquetas que é, há muitos anos, a mais solene das noites da Feira da Golegã, pública e merecida homenagem a três figuras incontornáveis da nossa Tauromaquia.
Nós sabemos honrar o que temos de bom - não temos nada a ver com a infeliz ministra da Cultura.
João Moura é, apenas e só, a maior e a mais marcante figura do toureio a cavalo mundial dos últimos 40 anos.
Comemorou esta temporada 40 anos de alternativa, que foram 40 anos de glória, de glória iniciada nesse final dos anos 70 em Madrid, onde deu início ao que todos conhecem como a grande revolução mourista e onde decretou que a partir de então era assim que se passava a tourear a cavalo.
Os anos passaram e João Moura manteve inalterável o seu estatuto indiscutível de número um, de primeiro entre os primeiros, de grande Maestro dos Maestros.
Ao longo desta temporada, foram muitos e foram marcantes os triunfos que alcançou e que o mantiveram, ainda e sempre, no trono do toureio equestre mundial.
Ana Batista é um caso de perseverança e de luta por um lugar ao sol num mundo que à partida muitos julgavam estar apenas reservado aos homens.
Bebeu a água e colheu os ensinamentos na maior Universidade nacional do Toureio a Cavalo, a da Torrinha, da ilustre Família Ribeiro Telles.
Venceu, impôs-se e fez história dos últimos anos, sendo hoje muito merecidamente referenciada e aclamada como a maior cavaleira tauromáquica portuguesa de sempre. Pela sua arte, mas acima de tudo pela sua classe - que é imensa.
Francisco Palha é hoje o maior exemplo de que a juventude abriu as portas ao futuro de uma vez por todas. É o grande triunfador da temporada tauromáquica e é agora o toureiro de que todos falam.
Devolveu à Festa a emoção, o risco e o susto, que foram sempre as principais essências da arte tauromáquica, em actuações inolvidáveis, pisando sempre a linha de fogo, arriscando, fazendo ressurgir essa verdade que andava meio afastada das nossas praças.
Por méritos próprios, pela arte, pelo valor e pelo significado que hoje têm no mundo da tauromaquia, João Moura, Ana Batista e Francisco Palha são dignos merecedores desta grande homenagem que hoje aqui lhes é feita.
Obrigado pelo muito que têm dado à Festa.
Miguel Alvarenga
Fotos Emílio de Jesus