António Pedro Vasco (foto), cabo do Grupo de Forcados Amadores da Amareleja, confirmou ao "Farpas" ser o autor da denúncia/participação contra a Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF), que na última sexta-feira deu entrada nos serviços do Ministério Público de Beja.
A existência da referida denúncia foi esta semana noticiada pelo site touroeouro.com, que ontem mesmo confirmou, citando o magistrado do MP, Dr. José Marujo, que a "foi ordenada a remessa do expediente para Lisboa".
O cabo dos Forcados da Amareleja - grupo que este ano foi suspenso na ANGF - disse ao "Farpas" que "a participação está devidamente sustentada e as acusações que faço e que não posso revelar por estarem em segredo de Justiça, estão todas completamente comprovadas. Este processo pode ser o princípio do fim da ANGF. Em 6 de Abril pedi que me enviassem as contas da associação, como sócio tenho esse direito... até hoje. Mas, além da inexistência de contas, existem muitos actos ilícitos praticados pela ANGF e que estão devidamente comprovados e fundamentados na denúncia que fiz. E mais não vou dizer".
Em comunicado, respondendo ao site touroeouro.com, a Direcção da Associação Nacional de Grupos de Forcados afirma que "não tem conhecimento de qualquer processo contra si instaurado, o que por si é normal. Como os senhores deveriam saber, se foi apresentada alguma queixa ou denúncia contra a ANGF no passado dia 2 de Novembro, primeiro o Ministério Público tem de apurar se existem indícios da prática de algum ilícito ou não. Só após análise dos elementos apresentados na denúncia (que a ANGF desconhece quais sejam), é que o Ministério Público decidirá se promove a investigação abrindo um inquérito, e nesse caso notificará a ANGF para ao abrigo do direito ao contraditório esta prestar os esclarecimentos que entender".
No referido esclarecimento, a ANGF recorda que desde que foi fundada "sempre pautou a sua actividade pela correcção e pela aplicação dos princípios da boa fé em nome da defesa da figura do Forcado Amador, pelo que, aguardará serenamente pelo desenvolvimento normal deste processo, prestando a quem de direito todos os esclarecimentos necessários, estando confiante num desfecho positivo, uma vez que no desempenho da sua missão nunca cometeu qualquer ilícito ou acto que possa ser censurável aos olhos da Lei".
O "Farpas" contactou a Associação Nacional de Grupos de Forcados, através de um dos membros da sua Direcção, José Luis Gomes, que também nos confirmou "não existir neste momento qualquer conhecimento de qualquer processo do Ministério Público", o que é normal dado os trâmites legais que têm que decorrer, findos os quais, se o MP considerar que existe matéria para acusação, a associação será notificada para exercer o direito ao contraditório.
Foto Maria Mil-Homens