Os Forcados Lusitanos junto à estátua de António Bienvenida |
João e António Ribeiro Telles actuaram há 33 anos em Madrid. João já tinha saído em ombros de Las Ventas, António fazia nesse dia a sua estreia na primeira praça de toiros do mundo |
Miguel Alvarenga numa foto recente com Francisco Costa e Fernando Hilário, cabo fundador dos Forcados Lusitanos. Em baixo, o cartaz da célebre corrida realizada há 33 anos em Madrid |
Miguel Alvarenga - O tempo passa numa correria desenfreada.
Era o Dia do Pai de há 33 anos - 19 de Março de 1987 - quando os irmãos João e António Ribeiro Telles actuaram na primeira praça de toiros do mundo, a Monumental de las Ventas, em Madrid. numa corrida maioritariamente portuguesa em que se lidaram toiros de José Infante da Câmara e pegaram os Forcados Amadores Lusitanos, então capitaneados por Francisco Costa Montezo, que sucedera a Fernando Hilário, fundador do grupo em 1979 com debute histórico na Venezuela. A acrescentar a esta tão grande presença lusa em Las Ventas, ainda o facto de o então novilheiro Paco Duarte ter também integrado o cartel nesta tarde como sobressalente.
João Telles já saira em ombros da Monumental de las Ventas, António fazia nessa tarde o seu debute na primeira arena do mundo.
A corrida marcou também o debute em Madrid do saudoso rejoneador Ginés Cartagena, sendo cabeça de cartaz o veterano Curro Bedoya.
Os toiros de Infante da Câmara causaram "estragos" na comitiva portuguesa: sofreram cornadas dois cavalos dos Ribeiro Telles e foi gravemente colhido o forcado tomarense José Brito, dos Lusitanos, que foi operado a uma lesão no fígado na enfermaria da praça e ficou depois umas semanas internado no Hospital de São Bernardo, na capital espanhola.
Acompanhei ao tempo esta digressão numa "excursão" inesquecível com Rogério Amaro e "Nené", que ao tempo apoderavam João Telles, com o saudoso companheiro de crítica José António Lázaro, com o José Carlos Amorim e o também grande forcado Fernando Fernandes (Bonanza), que viria a falecer poucos anos depois.
Um dia inesquecível - por tudo o que aconteceu de mau e de bom. E já lá vão 33 anos!
Fotos D.R./M. Alvarenga e Emílio de Jesus/Arquivo