quinta-feira, 5 de março de 2020

Lenda viva da Tauromaquia do século XX: Paco Camino homenageado em Madrid

"Niño Sábio de Camas" saíu doze vezes em ombros da Monumental de Madrid
Paco Camino com sua Mulher, quando recebeu o prémio esta semana em Madrid
Paco Camino nos anos 90 em Lisboa, quando foi homenageado pela Real Tertúlia
D. Miguel I, com Miguel Alvarenga e seu pai, Comandante João Carlos D'Alvarenga.
Em baixo, nessa mesma época, com o director do "Farpas" numa noite de fados
no Restaurante "Velho Páteo de Sant'Ana"

Paco Camino recebeu esta semana o XIV Prémio Nacional Universitário de Tauromaquia Joaquín Vidal, que lhe foi outorgado pelo Círculo Luis Mazzantini por ser "uma figura desconunal, uma lenda viva da tauromaquia do século XX" e que "por seus méritos próprios e pelo seu indiscutível conceito puro e ortodoxo do toureio, está considerado como um dos melhores toureiros de sempre".
O acto decorreu no Colégio Mayor de San Pablo em Madrid, onde o famoso toureiro, visivelmente emocionado e rodeado do carinho de muitos aficionados, foi recebido com uma calorosa ovação.
"Toureei mais de 1.600 corridas e vi sempre com atenção seis toiros em cada tarde, porque estava sempre na trincheira pendente dos meus companheiros", disse Paco Camino nas suas palavras de agradecimento, acrescentando: "Fui um bom toureiro porque vivi para o toiro".
O "Niño Sábio de Camas", como ficou conhecido, foi um dos toureiros mais destacados das décadas de 60 e 70. Tomou a alternativa em Valência a 17 de Março de 1959, com Jaime Ostos como padrinho e "Mondeño" de testemunha.
Actuou mais de cinquenta tardes na Monumental de Madrid, onde cortou 48 orelhas e saíu doze vezes em ombros pela porta grande. Em 1970 foi protagonista de um dos maiores acontecimentos taurinos do século XX, quando a 4 de Junho se encerrou em Las Ventas com sete toiros na Corrida da Beneficência, cortando oito orelhas. Essa tarde passou à História como um dos dias mais completos e triunfais de um matador de toiros na primeira praça do mundo.
O prémio que agora o distinguiu foi atribuído em anos anteriores a outras grandes figuras das arenas como Curro Romero, "Esplá", "Antoñete", Pepe Luis Vásquez, Rafael de Paula e ao próprio Joaquín Vidal, crítico taurino do jornal "El País" até ao seu falecimento em 2002.

Fotos D.R., ABC e Marques Valentim/Arquivo