E depois da tempestade, a bonança. A reunião dos toureiros na última segunda-feira foi desta vez pacífica, já ninguém pediu a cabeça de Nuno Pardal e por fim decidiram trabalhar todos em conjunto e em concordância para o bem comum
Antes assim. O que há quinze dias parecia uma guerra, acabou numa história de paz. Os toureiros, reunidos na passada segunda-feira na Charneca da Caparica em casa do cavaleiro Rui Fernandes - e não no picadeiro de Gilberto Filipe na Atalaia - já não querem a cabeça de Nuno Pardal (foto), presidente da Associação Nacional de Toureiros e vão trabalhar todos em comum e a bem do futuro da Festa e deles próprios.
Neste comunicado, que sem ser assinado por ninguém, é subscrito por todos, deixam uma mensagem de esperança no futuro e de concordância entre todos. Passamos a transcrevê-lo:
"Ontem, dia 26 de maio, realizou-se a terceira reunião de um grupo de toureiros em casa do cavaleiro Rui Fernandes. Este encontro contou ainda com a presença do presidente da Associação Nacional de Toureiros, Nuno Pardal, a convite dos respectivos artistas.
"Com a duração de cerca de 5h, o encontro decorreu com toda a normalidade e elevação, onde Nuno Pardal teve a oportunidade de apresentar e discutir com os presentes, assuntos e medidas importantes, que a curto prazo beneficiarão todos os toureiros.
"As medidas apresentadas serão levadas a discussão e votação na próxima assembleia geral, com todos os associados em sede própria.
"Esta foi a última reunião neste formato. A partir desta data estão traçados objetivos comuns que seguirão os tramites legais e temporais para serem postos em prática. Todos os toureiros terão uma palavra a dizer.
"Numa altura de incertezas e de dificuldade para o sector, é definitivamente hora de todos estarmos no mesmo caminho.
"Este grupo de toureiros tomou estas iniciativas pelo bem comum e não com o intuito de divisão.
"Independentemente de algumas divergências existentes, a Associação é favorável a que os toureiros se mobilizem em prol da sua profissão e pelo bem da tauromaquia. Com respeito e responsabilidade, só assim será possível todos fazerem um melhor trabalho.
"De notar que foram tomadas todas as medidas de protecção exigidas, incluindo a distância social”.
Foto Emílio de Jesus/Arquivo
