domingo, 15 de março de 2009

Forcado entre a vida e a morte



Com apenas 25 anos de idade, Francisco Matias formou-se no Instituto Politécnico de Portalegre e era actualmente animador cultural num lar de idosos em Tolosa, além de ajudar o pai na padaria de que este é proprietário.
Considerado pelos companheiros um jovem "humilde e pouco dado a vedetismos", nutria invulgar paixão pelas arenas e isso levou-o, há dois anos, a ingressar no Grupo de Forcados Amadores de Portalegre, sendo esta a sua terceira temporada como forcado.
Francisco Matias preparava-se para executar na próxima Festa do Forcado, que a 11 de Abril (sábado de Páscoa) abre a temporada em Évora, a sorte da pega "à gaiola". Trata-se de uma forma de executar a pega de caras executada pelos antigos - e jamais executada - em que o forcado espera o toiro, antes deste ser lidado pelo cavaleiro, à porta dos curros e o cita, provocando a investida e consumando a sorte ainda no "primeiro estado" do toiro.
Foi precisamente ao tentar executar uma pega "à porta da gaiola" que Francisco sofreu o acidente fatal. A vaca, da ganadaria do consagrado criador de toiros bravos Francisco Romão Tenório, levou o forcado na cara até à parede do tentadero e projectou-o com violência contra a mesma, provocando-lhe gravíssimas e irreversíveis lesões no cérebro.
O acidente ocorreu na denominada praça de toiros da Esperança, uma localidade do concelho de Arronches, onde se costumam efectuar garraiadas e vacadas e onde o Grupo de Portalegre procedia esta manhã a um dos seus primeiros treinos da temporada.

Fotos D.R.