segunda-feira, 6 de julho de 2020

Jornal "i" dá exemplo de isenção e elevado profissionalismo




O jornal "i" dá hoje aos outros uma lição de bom jornalismo, isento e responsável, dedicando as suas páginas centrais ao Maestro Mário Coelho, ontem falecido aos 84 anos

Pela pena da jornalista Daniela Soares Ferreira, que também o entrevistara em Maio do ano passado (capa da esquerda), o jornal "i" dá hoje uma grande lição de bom e isento jornalismo e dedica as suas páginas centrais da edição de hoje (em cima e primeira página à direita) ao Maestro Mário Coelho, que ontem morreu vítima de covid-19 aos 84 anos, recordando-o como "o toureiro que privou com Ava Gardner, viajou com Hemingway e foi desenhado por Picasso". A generalidade da chamada grande imprensa resume a morte do famoso toureiro a pequenas notícias ou pura e simplesmente ignora-a nas edições em papel, depois de ontem, valha a verdade, a ter referido nas edições online.
Há trinta anos (1990), com 54 anos, Mário Coelho despediu-se das arenas numa grande e recordada corrida com o Campo Pequeno cheio. Em Maio do ano passado, na entrevista ao "i", hoje recordada na edição do jornal impressa, o toureiro vilafranquense lembrava assim essa noite histórica:
"Queria ir despedir-me e que as pessoas ficassem com uma imagem bonita desse dia e tivessem respeito por mim como tive sempre pelo público. Foi o único dia em que me vieram as lágrimas aos olhos em público. Chorei porque vi a Praça do Campo Pequeno coberta de lenços brancos a dizerem-me adeus e isso é uma imagem que ficará para sempre".
O jornal refere que "Mário Coelho deixou a vida 30 anos depois da sua despedida mas a morte, pelo menos na arena, nunca lhe causou medo". E lembra as suas palavras na entrevista do ano passado:
"Digo-vos com franqueza, seria um homem extraordinariamente completo e feliz se tivesse tido uma morte na arena. Hoje, se tivesse uma oportunidade de um toiro me matar, eu deixava-o matar".

Fotos "i"