terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Mudam-se os tempos: pouca clareza e quase nenhuma transparência nos concursos de adjudicação das praças...

Miguel Alvarenga - Encerrou na última semana o prazo para entrega das propostas candidatas aos concursos de adjudicação das praças de toiros do Montijo e da Figueira da Foz - e, até hoje, sabe-se quase nada sobre quem concorreu, quanto ofereceram e mais essas coisas todas que antigamente, provavelmente por serem outros tempos da fidalguia, se sabiam logo, em cima da hora, com toda a clareza e a maior das transparências...

A jornalista Solange Pinto revelou ontem no seu site touroeouro.com terem resultado infrutíferas as tentativas que fez junto dos proprietários das duas praças para tentar apurar quem foram os concorrentes nos respectivos concursos. Os donos das duas praças fecharam-se em copas - e aos costumes disseram nada...

Diz-se que à Monumental do Montijo concorreram os empresários José Luis Zambujeira e João Anão Madureira associados a Luis Miguel Pombeiro; um alegado construtor civil de Alcochete; o antigo empresário Albino Calçoete; e também o cavaleiro tauromáquico Lorival Bronze. Estas são as quatro alegadas candidaturas de que se teve conhecimento "pela porta do cavalo" e não por qualquer nota oficiosa da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, a proprietária da praça.

Ao concurso de adjudicação da praça da Figueira da Foz, diz-se que concorreram três empresários (há quem fale até em cinco...) e apontam-se os nomes de Luis Miguel Pombeiro, de Luis Pires dos Santos e do anterior adjudicatário Ricardo Levesinho. Mas o Coliseu Figueirense, associação proprietária da centenária praça, também se recusa a dizer quem concorreu e quanto ofereceu.

Antigamente, em todos os concursos para a adjudicação das praças de toiros, era divulgado tudo e mais alguma coisa em cima da hora. Quem tinha concorrido e quanto tinha oferecido.

Hoje, os tempos mudaram. E as vontades também, como dizia o sabedor Luis Vaz de Camões. Pode até dar-se o caso de virmos a saber quem ganhou, mas nunca quem concorreu...

Deus me perdoe, mas tudo isto cheira a esturro. Há pouca clareza e quase nenhuma transparência nestes concursos para adjudicação das praças de toiros.

Era preciso, era necessário e era sobretudo urgente, que alguém pusesse ordem nesta balbúrdia. Quem? Sei lá... Se calhar a ProToiro ou coisa parecida...

Foto D.R.