domingo, 19 de fevereiro de 2017

Um dia único no Campo Pequeno! Federação Protoiro de parabéns!

Ao Festival Taurino - único evento em que se pagava entrada - faltou público.
Impunha-se maior presença dos aficionados numa jornada de apoio e em defesa
da Festa Brava
Um ambientazo louco desde manhã em torno da praça do Campo Pequeno


Miguel Alvarenga - A Festa de Toiros saíu ontem mais engrandecida e o Campo Pequeno renovou a sua imagem de classe e de importância a nível internacional, voltando a marcar a diferença, mercê da brilhante iniciativa da Federação Protoiro com a realização de enorme sucesso que foi o primeiro Festival Bullfest - que alguns criticaram de início, mas que ontem tiveram por fim que engolir como um êxito enorme. Houve inovação, a começar pela designação "estrangeirada", mas que apoiei desde a primeira hora - inovar faz falta e não podemos andar sempre a olhar só para o umbigo, há que abrir as portas do futuro e quanto mais depressa, melhor! - que foi dada ao Festival da Cultura Portuguesa.
Há que fazer justiça ao sucesso - enorme - desta jornada de apoio à Tauromaquia e reconhecer - a aplaudir de pé - todo o trabalho desenvolvido pela Protoiro para que este dia de ontem fosse a jornada triunfal que foi.
Ressalve-se a presença em peso de crianças e jovens, desde manhã, brincando na praça insuflável, passeando a cavalo, assistindo na praça às demonstrações de toureio a cavalo (por Rouxinol Jr.), de pegas (pelos Amadores de Lisboa) e de toureio a pé (pelo novilheiro Joaquim Ribeiro "Cuqui"), todas comentadas com saber e aficion por Maurício do Vale. Destaque-se o ambientazo que se viveu no exterior da praça e que as fotos bem documentam. Houve também Fados com José da Câmara e Matilde Cid, acompanhados pelos músicos Luis Petisca e Armando Figueiredo; e a presença do Cante Alentejano para animar a festa. O Salão Nobre encheu por duas vezes para os aficionados assistirem à estreia do fantástico documentário "Torrinha", um hino de louvor à ilustre Família Ribeiro Telles.
À tarde, realizou-se o Festival Taurino - onde se esperava mais público. Estavam dois terços das bancadas preenchidos, mas numa jornada tão importante de defesa e afirmação da Festa de Toiros, exigia-se maior apoio por parte dos aficionados.
Este foi apenas o primeiro Bullfest. Nos próximos, há que repensar e reformular algumas arestas. A presença de seis cavaleiros para lidar a duo três toiros foi, a meu ver, um disparate. Dez anos (ou mais) depois de até os espanhóis terem acabado com os toiros a duo, a Protoiro não devia ter dado este triste exemplo de regressão. Andámos para trás no tempo e voltámos às indesejáveis e desajustadas actuações "a dois" - e isso há que evitar em próximas realizações. Não tenho mais crítica alguma a fazer. Tudo o mais foi bom, excelentemente organizado e teve um fulgor fora do normal, constituindo uma jornada única de enaltecimento à arte tauromáquica e de incentivo ao nascimento de novos aficionados.
Nem sempre estive de acordo com a Protoiro. Hoje tiro o meu chapéu a todos os que a compõem e estiveram à frente desta louvável organização, com um empenho e uma aficion desmedidas.
A festa continuou noite dentro na dicsoteca Lust in Rio, com o esplendor e a também extraordinária organização de António Batalha e Inácio Ramos Júnior - vamos aqui contar tudo ao longo do dia, a começar pelos detalhes todos do Festival Taurino, já de seguida. Fique aí. Nós estamos aqui.

Fotos Fernanda T. Andrade Guerra/@Facebook, M. Alvarenga e Inácio Ramos Jr.