sábado, 11 de fevereiro de 2017

Federação Protoiro considera que relatório da IGAC não retrata a actividade taurina nacional

Campo Pequeno cheio na última temporada: crise? Qual crise?

No comunicado que a seguir se transcreve na íntegra a Federação Protoiro contesta os dados negativos ontem apresentados em alguns orgãos de comunicação sobre a actividade tauromáquica em Portugal e considera que o relatório da Inspecção-Geral de Actividades Culturais (IGAC) "não retrata a actividade taurina nacional".

A Federação Portuguesa de Tauromaquia considera que o relatório e dados revelados pela IGAC não retrata a actividade taurina nacional, reunindo apenas informação administrativa de actuação da própria Inspecção. A título de exemplo, os espectáculos na Região Autónoma dos Açores, tal como outros que não necessitam de director de corrida, não são contabilizados visto não estarem sob a alçada da Inspeção-Geral Das Atividades Culturais, não retratando por isso, a totalidade da realidade tauromáquica no país.
A razão pela qual se deve esta descida de espetáculos e público remonta à restrição da língua azul, em 1998, em que o excesso de toiros levou à baixa do seu preço e ao aumento do número de corridas, para valores muito acima do normal, criando-se uma bolha inflacionada de espetáculos. Na realidade, em Portugal em 2015 realizaram-se 233 espectáculos e em 2016, 218, o que resulta em 462.000 espectadores em 2015 e 430.150 em 2016, respetivamente; de ressalvar ainda que decorreram 1017 eventos de tauromaquia popular.
A redução ocorrida em 2016 explica-se pelo número anormal de cancelamentos de espectáculos, devido ao clima chuvoso que se fez sentir ate ao mês de Julho, não fosse este acontecimento atmosférico excepcional, teríamos tido resultados alinhados com o ano anterior.

Neste momento tem vindo a realizar-se, de modo gradual e tranquilo, o ajustamento do número de corridas, apostando na qualidade e não na quantidade. Assim sendo, a média de espectadores em corridas de toiros tem vindo a aumentar todos os anos, ou seja, o rácio entre corridas e espectadores é muito positivo, tal como a exportação, que aumentou em 2016 mais de 100%.
A cultura taurina é um património cultural imaterial de Portugal, que continua a ter uma grande adesão dos portugueses, seja nas praças seja nas transmissões da RTP, que atingem os 700.000 espectadores por corrida. A temporada começou no dia 1 de Fevereiro e esperamos em 2017 uma grande temporada em termos artísticos e de público, realizando-se já no dia 18 no Campo Pequeno o Bullfest, que celebra a cultura portuguesa, envolvendo o Cante Alentejano, o Fado, patrimónios da humanidade, entre muitas outras actividades e animação gratuitas. Todos estão convidados para o festival taurino que encerra o Bullfest.

Federação Protoiro

Foto Emílio de Jesus