domingo, 25 de abril de 2021

Documento inédito: uma carta do General Galvão de Melo a Nuno Salvação Barreto (1977)

Miguel AlvarengaNão deixo passar esta data em branco sem aqui render a minha maior homenagem à memória do General Carlos Galvão de Melo, um Português de alma, um Militar de primeira. Integrou a Junta de Salvação Nacional há 47 anos e a seguir foi dos poucos que ergueu corajosamente a sua voz contra a nova Ditadura (comunista) que nos quiseram impor. Anos mais tarde (década de 90) convidei-o para escrever um artigo semanal no jornal que então dirigia, "O Título", e foi para mim uma honra enorme tê-lo a meu lado semana após semana e conhecer uma personalidade tão interessante e tão marcante. Portugal deve-lhe muito. Mas provavelmente já esqueceu. Esteja onde estiver, meu General, um abraço fortíssimo. E Obrigado!

E, a propósito, divulgo este documento inédito: uma carta dirigida pelo General Galvão de Melo a Nuno Salvação Barreto em Setembro de 1977, a agradecer-lhe o brinde de uma pega que os Forcados Amadores de Lisboa lhe haviam dedicado dias antes numa corrida no Campo Pequeno.

"Ainda emocionado pelo formidável espectáculo que foi dado ver na noite de 1 de Setembro, na Praça do Campo Pequeno, recordo sobretudo a Coragem, a Força, a Destreza, a Galhardia que continuam a ser timbre do Grupo de Forcados que o Senhor comanda e orienta", escrevia o General. E acrescentava:

"Bem haja pelo espectáculo que a todos nos ofereceu. Bem haja pela lição de autêntica tradição portuguesa que o Senhor e os seus Homens deram, naquela noite, a quantos, como eu, tiveram a sorte de estar presentes. Enquanto houver Portugueses capazes de aguentar um toiro pelos cornos, bem podem as 'chocas' do comunismo investir... que apenas se hão-de partir pescoços! Por último, bem hajam pela honra que me fizeram ao dedicarem-me a última 'sorte' da noite. Um abraço especial ao Sr. Luis R. Benard. Sempre ao seu dispor".

Fotos D.R. e Luis Azevedo/Estúdio Z

A carta do General Galvão de Melo a Nuno Salvação Barreto
em Setembro de 1977; e, em baixo, o célebre forcado,
fundador do Grupo de Lisboa, com José Luis Gomes, seu
sucessor no comando do grupo