Miguel Alvarenga - O país (taurino) parava quando ele falava. Todo o mundo esperava pelas noites de domingo para ouvir Virgílio Palma Fialho (e os demais colaboradores do programa) no "Sol e Toiros", durante muitos anos o grande baluarte da imprensa taurina nacional na Antena 1 (RDP) - um espaço iniciado por Manuel Azambuja e Leopoldo Nunes e seguido depois pelo antigo forcado de Montemor.
Nas estradas, vindos das corridas de domingo, era usual verem-se carros estacionados nas bermas. Eram aficionados atentos a ouvir o "Sol e Toiros" - que abria sempre com a bem elaborada e sempre esperada "Nota de Abertura" de Palma Fialho. A força do programa era tal que às tantas Virgílio se lançou a organizar a Corrida da Rádio, todos os anos casa cheia no Campo Pequeno, depressa alcançando uma invejável notoriedade e transformando-se no cartaz forte por que toda a afición esperava na temporada lisboeta. Palma Fialho - que quinta-feira tive o prazer de reencontrar na Monumental de Albufeira, registando a Rita esta fotografia com o empresário Fernando dos Santos - foi durante muitos anos rei e senhor da imprensa taurina. Quando, por politiquices incompreensíveis, os que mandavam decidiram acabar com aquele que era, ainda por cima, o programa de rádio mais antigo do país, Palma Fialho votou-se ao silêncio, afastou-se do meio tauromáquico e raramente o passámos a ver nas corridas de toiros - abriu apenas uma louvável excepção para, em determinada altura, comentar algumas corridas transmitidas pela RTP.
Hoje, o famoso crítico tauromáquico, vive praticamente a maior parte do seu tempo no Algarve. E as poucas corridas a que assiste são as que se realizam em Albufeira. Mas Virgílio promete um destes dias regressar. E pode ser que o faça em força. A Festa bem precisa que isso aconteça! Ficamos à espera, amigo Palma Fialho!
Foto Rita Barreiros