domingo, 30 de junho de 2013

Há momentos: largas centenas no adeus a José Maria Cortes


A urna contendo os restos mortais de José Maria Cortes, cabo dos Forcados Amadores de Montemor, assassinado à facada na madrugada de domingo passado numa rixa em Alcácer do Sal, chega neste momento ao cemitério do Alto de São João, em Lisboa, onde o corpo será cremado. Nas fotos, o momento em que terminava, há momentos, a missa de corpo presente na Igreja de São João de Deus, celebração que reuniu no interior e no exterior do templo largas centenas de amigos do forcado falecido. O corpo de José Maria Cortes estava desde a tarde de ontem em câmara ardente. Por lá passaram ao longo da noite de ontem e da manhã de hoje muitas figuras do mundo tauromáquico e sobretudo forcados, forcados de todos os grupos, unidos na mesma comunhão de dor, luto e revolta pelo trágico desaparecimento do companheiro, líder dos Amadores de Montemor e que contava apenas 29 anos. Sobre a urna, a sua jaqueta de forcado e a sua camisola de jogador de rugby em Agronomia. Grande emoção no final da missa quando dois companheiros de José Maria, um do rugby e outro dos forcados, leram no altar sentidas mensagens de despedida.

Fotos D.R.

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sábado, 29 de junho de 2013

Prémio discutido ontem no Montijo: Penedo em guerra com Abel



Francisco Penedo (foto da esquerda), apoderado do cavaleiro Luis Rouxinol, em guerra com Abel Correia (foto da direita), apoderado do jovem cavaleiro praticante Miguel Moura e promotor da corrida de ontem à noite na Monumental do Montijo, em parceria com João Pedro Bolota ("Aplaudir").
Motivo: Miguel Moura, como anteriormente noticiámos, conquistou ontem no Montijo o troféu que estava em disputa para a "melhor lide" pela sua actuação no último toiro da noite.
O público dividiu-se e muitos dos aficionados presentes consideraram que o troféu cabia por inteiro a Rouxinol pela sua inesquecível actuação no primeiro toiro da corrida.
Francisco Penedo tem também, obviamente, essa opinião. E, em declarações exclusivas ao "Farpas", acusa Abel de ter sido "o mentor" dessa injustiça.
"Não posso ficar calado, estas coisas são vergonhosas e em nada dignificam ou prestigiam a Festa de Toiros", afirma Francisco Penedo, acrescentando:
"Não tenho absolutamente nada contra a Família Moura, antes pelo contrário, tenho a maior admiração pelo Maestro João Moura e por seus filhos, que nada tiveram ontem a ver com isto. O verdadeiro culpado foi Abel Correia. Perguntei-lhe várias vezes quem compunha o júri que decidia os troféus e nunca foi capaz de mo dizer. Por muito boa que tenha sido a lide de Miguel Moura, e foi, reconheço, esteve longe de se igualar à actuação do Luis Rouxinol no primeiro toiro. A decisão do vencedor do prémio estava premeditada. Estas coisas não podem ficar assim, porque deste modo estamos a enterrar cada vez mais a credibilidade e a seriedade da Festa. Lamento profundamente, mas calado não fico!".
O baile está armado e pode ainda correr alguma tinta sobre a polémica da atribuição do prémio ontem no Montijo...

Fotos Emílio de Jesus e Hugo Teixeira

Famosos ontem em Pêro Pinheiro (Sintra)

José Lavrador foi uma das vedetas da corrida de ontem
em Pêro Pinheiro, onde estreou a sua ganadaria Fontembro
Brinde dos Amadores de Monforte ao ganadeiro José Lavrador
Prossegue em grande a lua-de-mel: Ana do Valle e Miguel Alvarenga
Paco Duarte e sua linda filha Vitória. A seguir rumou a Zamora (Espanha),
onde hoje acompanha o matador Pedro Gutiérrez "El Capea" em representação
da empresa "Eventauro"
João Santos Andrade, Miguel Cabral Ascenção, José Luis Gomes, José Lavrador
e o amigo Afonso, rei dos leitões em Negrais
Miguel Cabral Ascenção e o novilheiro Manuel Dias Gomes
Zeca Pereira, antigo forcado de São Manços
Hélio Dias com um grupo de fãs dos Forcados de Monforte
Ricardo Dias Pinto e Armando Jorge Teixeira
Ricardo Antunes "Becas" e Manuel Guerreiro
Os empresários Lúcia Loureiro e Henrique Gil
António José Casaca, Sérgio Reboredo, Pedro Maria Gomes (cabo dos Forcados
Amadores de Lisboa) e seu Pai, José Luis Gomes, glória eterna da forcadagem
Luis Gomes e Jorge D'Almeida (Team David Gomes)
José Carlos Amorim e Ana Rita. Atrás, o apoderado espanhol Paco Cáceres
Francisco Bernardo e João Zúquete
Gonçalo Maria Gomes, Nuno Bonneville e Mota Ferreira (Amadores de Lisboa)
Os antigos forcados José João e Manuel Abreu (cunhado de José Luis Gomes)
O Maestro Manuel Jorge de Oliveira (à direita), que na semana passada se despediu
das arenas no Cartaxo, com seu irmão Filipe e seu sobrinho Joaquim, bandarilheiro
da equipa da cavaleira Ana Rita
O forcado de Lisboa, João Lucas, com sua Mulher, Beatriz e Madalena Dias Gomes
A festa terminou com uma ceia na Malveira em casa do cavaleiro David Gomes,
com a presença dos toureiros participantes na corrida, Rui Salvador e Ana Rita,
e também de Manuel Jorge de Oliveira, cuja Mulher, Zulmira, festejava ontem
o seu aniversário natalício (foto de cima)

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com

Sequência da aparatosa colhida de Ana Rita ontem em Pêro Pinheiro


Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com

Momentos de glória ontem em Pêro Pinheiro (Sintra)

Bonitos e bem apresentados, os toiros da nova ganadaria de Fontembro,
de José Lavrador evidenciaram codícia, mas tiveram o seu comportamento
condicionado pelo péssimo estado do piso da arena, um verdadeiro areal
impróprio para a prática do toureio. Na foto de baixo, veja-se a imponência
do toiro investindo para o capote de Adriano Marques
Maestria de Rui Salvador impôs-se em duas lides arriscadas num piso
impróprio para consumo
Exuberante e contagiante, Ana Rita galvanizou o público ontem à noite
em Pêro Pinheiro
Momentos das brilhantes actuações de David Gomes, o mais destacado ontem
em Pêro Pinheiro (Sintra)
Forcados de luto brindaram algumas pegas
à memória de José Maria Cortes
Apesar do diferendo (processo em tribunal) que decorre por parte da Associação
Nacional de Grupos de Forcados (ANGF) contra o "Farpas" e que nos últimos
tempos nos levou, a conselho dos nossos Advogados, a não fazer aqui referências
aos forcados, fazê-lo agora por respeito e homenagem à memória de um grande:
José Maria Cortes. O seu trágico desaparecimento mostrou-nos (lembrou-nos)
que a vida é demasiado curta e demasiado "sem sentido" para aqui andarmos
com guerrinhas inúteis e ainda por cima entre oficiais do mesmo ofício.
Ontem em Pêro Pinheiro, os toiros de Fontembro e as péssimas condições do piso
da arena, não facilitaram a vida aos grupos de forcados de Lisboa e Monforte.
Mesmo assim, os valentes "românticos da Festa" honraram bem alto a nobre
arte de pegar toiros! E... olé!

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com

Pêro Pinheiro, ontem: triunfou David Gomes num "areal" impróprio para o toureio...

No conjunto das duas actuações, o triunfo maior foi ontem alcançado
pelo praticante David Gomes. Na foto de baixo, o momento em que Ana Rita
se protegia do toiro com as mãos, depois de aparatosa queda provocada
pelo péssimo estado do piso da arena. Inconcebível e inaceitável... mas em Portugal
continuamos todos a brincar às toiradas, sem profissionalismo...


Miguel Alvarenga - O estado fatal do piso da arena, uma autêntica praia imprópria para a prática do toureio, condicionou ontem a entrega e o comportamento dos cavalos, dos toureiros e dos toiros na corrida nocturna que se realizou em praça portátil na localidade de Pêro Pinheiro, freguesia do concelho de Sintra, organizada pela empresa "Toiros +" - e a que o público não acorreu, preenchendo menos de metade das bancadas.
O destaque maior vai para o jovem cavaleiro praticante David Gomes, com duas actuações vibrantes e arriscadas (devido, repito, as péssimas condições do piso), incompreensivelmente "silenciado" na primeira pelo director de corrida Pedro Reinhardt, que lhe recusou a música, vá lá saber-se por quê.
Exímio equitador - também ele, como o seu companheiro e amigo David Oliveira, ex-campeão da modalidade de Equitação do Trabalho - e muitíssimo bem "apetrechado" com uma quadra de bons cavalos variada e portentosa, o jovem David Gomes galvanizou as bancadas, executou o toureio frontal, atacou quando o toiro hesitou na investida, provocou e recriou-se nos adornos e nos remates, terminando a sua última exibição com um perfeito par de bandarilhas.
Aqui está, pois, um toureiro jovem que pode - e deve - arejar os cartéis tão pouco imaginativos dos nossos empresários e conquistar um lugar importante no nosso panorama taurino.
Não foi fácil para os toureiros e sobretudo para os cavalos, "aguentarem-se" nas lides, face à total impraticabilidade do piso da arena.
Rui Salvador valeu-se da sua veterania - um posto! -, pôs "a carne no assador" com a sua usual ousadia e sacou todo o partido, com saber e maestria, a dois toiros que também "se travaram" quando sentiram que escorregavam e não estavam "a jeito" num areal daqueles...
Irreverência e alta empatia com o público caracterizam o toureio da jovem cavaleira Ana Rita, mercê da importante rodagem que vem fazendo em arenas de Espanha. Ontem em Pêro Pinheiro, com dois toiros que se pararam no centro da arena e recusaram "ir à luta", reservados e "cautelosos" com o chão que pisavam, a valente toureira arriscou tudo o que havia para arriscar e conseguiu, pela sua desmedida entrega, conquistar as gentes.
Caíu por duas vezes. Uma, porque o cavalo escorregou, longe do toiro. A outra, quando cravava um ferro em sorte de "violino" e o cavalo voltou a escorregar, desta vez na cara do toiro, que investiu sobre ela, causando momentos de algum pânico na praça.
Também Salvador e Gomes viveram momentos de apuro, com os cavalos a escorregar, tendo o jovem praticante indo mesmo "ao tapete" com a montada, sem contudo chegar a "desmontar-se", prosseguindo a lide.
Os grupos de forcados de Lisboa e Monforte também não tiveram a vida facilitada. Os toiros praticamente não andaram nas lides e guardaram as suas forças para "desfazer" a arte dos rapazes das jaquetas e dos barretes. Pegas duras e rijas, com os dois grupos coesos a ajudar, nem sempre obtendo o brilhantismo desejado, mas sem ser por culpa deles...
Resta lamentar, uma vez mais, as péssimas condições que ontem foram dadas aos toureiros e aos toiros para executarem o seu labor - com um piso daqueles, mais propício a banhistas e surfistas que propriamente a toureiros, não se pode triunfar. Ninguém viu? Ninguém tratou antes de verificar o piso? Nem a organização, nem a direcção da corrida, nem sequer os toureiros e seus apoderados? As coisas, em Portugal, infelizmente, continuam a ser "à balda"... E se ontem não aconteceu uma tragédia em Pêro Pinheiro, foi só por que Deus não quis... Ficou a imagem de uma preocupante falta de profissionalismo - de todos, sem excepção! - neste cada vez "mais a brincar" Portugalzinho das toiradas... que já nem Reais são.
José Lavrador, que tem uma aficion sem limites, estreou ontem a sua ganadaria Fontembro, procedente da famosa divisa de Cabral Ascenção e que este ano lidará ainda mais uma corrida em Oliveira do Bairro. Toiros bonitos e bem apresentados, bem apresentados demais até para uma praça portátil, mas cujo comportamento não deu para avaliar com profundidade, dado que os animais se retrairam e ficaram altamente condicionados pela má condição do piso. Mesmo assim, revelaram alguma codícia e noutras circunstâncias ter-se-iam empregue de outra forma, acredito. Foi pena uma estreia assim...
Exceptuando o facto - que ninguém entendeu - de não conceder música no primeiro toiro a David Gomes, Pedro Reinhardt dirigiu com o habitual acerto a corrida, bem abrilhantada pela Filarmónica da Nazaré, uma banda de bons aficionados e bons músicos. Nota alta, ainda, pra o esforçado desempenho de todos os bandarilheiros, com destaque para José Bartissol, Adriano Marques e Joaquim Oliveira.
Os forcados apresentaram-se de luto e houve pegas brindadas ao Céu, em memória de José Maria Cortes, por quem foi guardado no início da corrida um minuto de silêncio, seguido de forte ovação.

Não perca, já a seguir: todas as fotos de Emílio de Jesus desta corrida e a impressionante sequência da aparatosa colhida de Ana Rita, que só por milagre não teve consequências de maior.

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com

Corridas "Aplaudir": Ventura na Póvoa de Varzim e no Montijo em Julho


Diego Ventura actuará a 14 de Julho na Póvoa de Varzim (pela primeira vez) e a 27 do mesmo mês na Monumental do Montijo, em duas corridas promovidas pela empresa "Aplaudir" de João Pedro Bolota.
Na Catedral Nortenha da Tauromaquia vai alternar com Rui Fernandes e Filipe Gonçalves na lide de toiros de Ascenção Vaz, enquanto que no Montijo, frente a toiros de Herdeiros de Conde Cabral (ganadaria de que é agora proprietário), formará cartel também com Rui Fernandes e com Francisco Palha. O "furacão" ainda não chegou a acordo com a empresa do Campo Pequeno.

Foto M. Alvarenga

Ontem: Ana Rita colhida em Pêro Pinheiro e Miguel Moura triunfador no Montijo



A cavaleira Ana Rita sofreu ontem à noite aparatosa colhida (foto de cima) na corrida que se realizou em Pêro Pinheiro (Sintra), com menos de meia entrada, depois de uma queda por o cavalo ter escorregado, mercê do péssimo estado em que se encontrava o piso da arena (inconcebível e inaceitável!).
Nesta corrida, de que ainda hoje publicaremos grande reportagem de Miguel Alvarenga e Emílio de Jesus (não perca, dentro de momentos!) destacou-se com dois grande triunfos o jovem cavaleiro praticante David Gomes e esforçou-se o veterano Rui Salvador para lidar os seus dois toiros num areal sem condições para a prática do toureio. Estreou-se com sucesso (apesar dos condicionamentos do piso) a ganadaria de Fontembro, de José Lavrador e brilharam nas pegas os forcados de Lisboa e de Monforte. A corrida foi dirigida por Pedro Reinhardt.
Na corrida que à mesma hora se realizou na Monumental do Montijo (com meia casa) o grande triunfo coube a Miguel Moura (foto ao lado) na lide final de um imponente toiro de Romão Tenório, com mais de 600 quilos, que ganhou o prémio de "apresentação". Miguel Moura obteve o troféu em disputa para a melhor lide, apesar da divisão de opiniões verificada entre o público, onde grande percentagem dos presentes entendia o mesmo dever ser atribuído a Luis Rouxinol pela sua brilhante lide no primeiro toiro da noite, de Herdeiros de Paulino da Cunha e Silva, que ganhou o prémio "bravura". João Maria Branco esteve bem no primeiro toiro e nada pôde fazer no segundo. João Machacaz, cabo dos Amadores do Ribatejo, conquistou merecidamente o prémio para a melhor pega, executada sózinho na arena, sem o grupo, ao primeiro toiro da noite. Esta corrida foi superiormente dirigida por Rogério Jóia, que no ano passado ganhou o troféu "Revelação", outorgado pelo "Farpas".

Fotos Emílio de Jesus e www.las-ventas.com/Arquivo