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| Rui Bento e a Drª Paula Mattamouros Resende, a dupla de sucesso da praça de toiros de Lisboa, que continua a ser o espelho e o exemplo da temporada
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| "Nené" continua a ser o maior exemplo do empresário taurino "à antiga", marcando a temporada com as suas cuidadas e sérias organizações em duas praças-chave,
 as de Évora e Alcochete
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| João Pedro Bolota levantou a cabeça e levou a efeito os maiores cartéis de sempre na Feira de Santarém, mas o público não correspondeu como se desejava
 e se impunha
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| Paulo Vacas de Carvalho e Simão Comenda (na foto, ladeando António Vacas de Carvalho, cabo do GFA de Montemor) organizam uma única corrida de toiros
 por ano, mas o sucesso, o empenho e a seriedade, bem como o bom gosto com
 que a fazem, merece todo o destaque e continua a ser um exemplo
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| Rafael Vilhais levantou as praças de Salvaterra e de Beja. O seu único Calcanhar de Aquiles foi a Moita...
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| Paulo Pessoa de Carvalho encheu Vila Franca no Colete Encarnado com Padilla, mas depois "borrou a pintura" na Feira de Outubro e, embora as culpas do desaire
 não lhe caibam por inteiro, pecou por nunca ter vindo a público esclarecer o que
 verdadeiramente se passou com os toiros de Santa Maria
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| Fernando dos Santos continua a ser o empresário que mais festejos organiza (Albufeira e Nazaré) e aquele que mais promove os novos valores do toureio
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| Ricardo Levesinho esteve um ano mais ao leme do Coliseu Figueirense e diz-se agora que pode regressar à sua "Palha Blanco" em Vila Franca
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| José Luis Gomes voltou a esgotar em Setembro a praça do Sobral de Monte Agraço. Em baixo, o logotipo da nova empresa que gere a Monumental de Coruche
 e que foi uma das agradáveis surpresas desta temporada de 2017
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 Miguel Alvarenga
Miguel Alvarenga - Embora não tenham sido ainda divulgados os dados oficiais da 
Inspecção-Geral de Actividades Culturais (IGAC) quanto ao número oficial de festejos taurinos celebrados em 
Portugal no ano que hoje chega ao fim, os números apontam para cerca de 
190 - o que representa um excesso de espectáculos.
Campo Pequeno
Entre as empresas 
Top de 2017, há que começar por destacar o labor levado a cabo na primeira praça do país, a do 
Campo Pequeno, que este ano celebrou o seu 
125º aniversário, pela dupla que a gere, 
Drª Paula Mattamouros Resende e 
Rui Bento.
Nem tudo foram rosas e houve corridas a que o público não afluiu como era de esperar, destacando-se entre estas a do 
"mano-a-mano" Pablo Hermoso de Mendoza/Manzanares, que encheu sem esgotar (como se impunha) e também aquela em que participaram 
Rui Fernandes, 
Leonardo Hernández e 
Moura Caetano, que apesar do elenco bem rematado, poucos aficionados atraíu às bancadas da praça lisboeta.
De resto, houve 
três lotações esgotadas - a corrida de abertura, a da comemoração dos 
125 anos e a de gala à antiga portuguesa que encerrou o 
Abono -, o que uma vez mais abonou em favor da credibilidade empresarial de quem gere a primeira praça de 
Portugal e também do patamar bem alto a que eleveram a 
Monumental a nível internacional e, obviamente, a nível nacional.
Num balanço geral, há que mencionar de novo a aposta no toureio a pé e nas corridas mistas e o cuidado imposto na composição dos cartéis, na globalidade atractivos e bem rematados. Houve ausências notadas, como as de 
Diego Ventura e de 
João Ribeiro Telles, que suscitaram mesmo alguma polémica e também trocas de mimos entre a empresa e os próprios toureiros ou seus apoderados.
O fenómeno 
Padilla, que se tornou no novo ídolo da aficion nacional, acabou por 
expirar na quarta actuação do jerezano, em Setembro, onde passou de 
bestial a 
besta e foi alvo de uma das maiores broncas dos últimos tempos. Por 
Lisboa passaram as grandes figuras do toureio a cavalo e no que respeita ao toureio a pé há que destacar a histórica noite de 
Manzanares em Julho e também as presenças marcantes de 
António Ferrera, 
"El Fandi", 
Juan del Álamo e do português 
Manuel Dias Gomes, único matador luso que este ano toureou no 
Campo Pequeno, triunfando forte na noite da bronca a 
Padilla.
António M. Cardoso "Nené"
Decano dos empresários taurinos nacionais em actividade, 
António Manuel Cardoso "Nené" (
Toiros & Tauromaquia) manteve em 2017 a liderança dos que ainda simbolizam e engrandecem a imagem de um passado glorioso dos grandes empresários tauromáquicos nacionais.
Gestor taurino 
"à antiga", intocável na seriedade dos cartéis que monta e, sobretudo, dos toiros que apresente, o veterano 
"Nené" levou o barco a bom porto nas praças de 
Alcochete e de 
Évora e em algumas outras organizações, como por exemplo a corrida que levou a efeito em 
Vendas Novas. Cartéis cuidados, bem rematados e sempre a garantia do toiro-toiro continuam a ser as tónicas da exemplar actividade deste sério empresário que um ano mais marcou a diferença.
João Pedro Bolota
Depois de ter sido conhecido como 
"o empresário da praças cheias", 
João Pedro Bolota (
Aplaudir) conheceu algum declínio na sua actividade em 2016, sobretudo na gestão da praça da 
Moita (que acabou por perder), mas esta temporada voltou a levantar a cabeça e a mostrar que está vivo e bem vivo.
Os 
cartelazos que montou na 
Feira de Santarém foram a nota mais alta do seu labor empresarial em 2017, havendo só a lamentar que o público não tenho correspondido, como se impunha e desejava, aos ousados elencos que montou com as maiores figuras de 
Espanha e de 
Portugal.
Na 
Monumental do Montijo (em parceria com 
Abel Correia) levou a efeito as corridas habituais, destacando-se as duas que compuseram a 
Feira de S. Pedro e na 
Póvoa de Varzim voltou a marcar a temporada nortenha com a realização da usual 
Corrida TV/Norte, em parceria com a 
Casa do Pessoal da RTP.
Por ser um empresário agressivo, sério e aficionado, muito se continua a esperar de si em 2018.
Simão Comenda e Paulo Vacas de Carvalho
Apesar de actualmente e desde há alguns anos organizarem apenas uma corrida de toiros anual, a da 
Feira de Setembro em 
Montemor-o-Novo, os empresários 
Simão Comenda e 
Paulo Vacas de Carvalho (
Montemor é Praça Cheia) continuam a destacar-se pelo empenho, pela seriedade e pelo bom gosto com que levam a efeito esta sua já histórica organização.
Bons toiros (de 
António Silva), competição entre destacados cavaleiros (este ano, 
António Telles, 
João Moura Jr. e 
João Ribeiro Telles, os grandes triunfadores do ano) e a tradicional tarde de consagração dos 
Forcados Amadores de Montemor voltaram a marcar aquela que é uma das mais esperadas e mais importantes corridas da temporada, pelo que é de inteira justiça destacar no ano que passa o dedicado e sério labor desta dupla triunfadora.
Rafael Vilhais
É a mais recente e agradável novidade da classe empresarial taurina nacional. A seriedade e o empenho que põe nas suas organizações estão a dar frutos altamente positivos. Levantou as praças de 
Salvaterra de Magos (esgotada na 
Tourada Real e cheia em Maio no 
Concurso de Ganadarias) e de 
Beja (esgotada na corrida de Agosto) com cartéis ousados, atrevidos e muito bem rematados.
Brilhou também nas 
Caldas da Rainha e o único 
Calcanhar de Aquiles de 
Rafael Vilhais foi mesmo a praça da 
Moita, onde não conseguiu encher em Maio com o 
"mano-a-mano" Ventura/Roca Rey e onde conheceu o fracasso na 
Feira de Setembro, com as casas mais fracas dos últimos anos. Uma praça e uma gestão que 
Rafael Vilhais vai ter que reajustar e modificar em 2018.
Paulo Pessoa de Carvalho
Jovem e empreendedor empresário, ex-forcado de valor dos grupos das 
Caldas e de 
Montemor, 
Paulo Pessoa de Carvalho destacou-se durante vários anos à frente da praça das 
Caldas da Rainha e atirou-se depois para vôos mais arriscados e de muito maior responsabilidade, nem sempre sendo bem sucedido.
Foi o caso de 
Vila Franca, cuja 
Feira de Outubro andou mais ou menos à deriva pela péssima qualidade dos toiros, havendo mesmo a registar uma bronca monumental na nocturna de terça-feira, que o terá feito perder a 
"Palha Blanco". A culpa, que 
Paulo Pessoa nunca esclareceu devidamente (o que teria abonado em ser favor e poderia mesmo ter limpo a má imagem que acabou por deixar), foi atribuída à ganadaria de 
Santa Maria, que terá mandado para 
Vila Franca toiros que não tinham sido escolhidos e o caso, diz-se, segue dentro de momentos na barra dos tribunais.
De resto, 
Paulo Pessoa honrou com a usual seriedade os seus outros compromissos. Encheu 
Vila Franca pelo 
Colete Encarnado com 
Padilla e as corridas que montou na 
Chamusca e em 
Vinhais também nada tiveram a apontar.
Deixará certamente de estar ao leme da praça de 
Vila Franca, mas nem por isso perderá a sua notoriedade e a sua credibilidade de bom empresário no ano que arranca amanhã. Por morrer uma andorinha nunca acabou a Primavera.
Fernando dos Santos
Mantém o estatuto inabalável de ser o empresário que mais festejos organiza por ano, sobretudo na 
Monumental de Albufeira e também o estatuto de gestor taurino que mais aposta na juventude e que  mais oportunidades dá aos novos, levando a efeito o maior número de novilhadas e festejos populares que se realizam por ano em 
Portugal.
Nem sempre bem conseguida, a sua nova aventura empresarial na praça de toiros da 
Nazaré teve também, um ano mais, o cunho vincado da sua personalidade de grande aficionado, organizando elencos bem rematados e que marcaram a época de Verão nessa carismática arena.
Ricardo Levesinho
Iniciou a sua actividade empresarial na praça da sua terra, a de 
Vila Franca, desenvolvendo um trabalho notável ao longo de vários anos - e diz-se que pode regressar em 2018 à 
"Palha Blanco", o que seria de inteira justiça e faria todo o sentido.
Enquanto isso, 
Ricardo Levesinho (
Tauroleve) geriu a praça de toiros da 
Figueira da Foz, onde deverá permanecer, levando a efeito três corridas, de que sobressaíu a última, televisionada pela 
RTP e com um cartel de seis cavaleiros mais ao gosto do público do 
Coliseu Figueirense.
É um empresário com credibilidade e obra feita e por isso mesmo muito se espera dele em 2018.
José Luis Gomes
Antigo cabo dos 
Forcados Amadores de Lisboa, posto em que sucedeu ao histórico 
Nuno Salvação Barreto, 
José Luis Gomes iniciou há uns anos a sua actividade empresarial e tem sobressaído na gestão da praça de 
Sobral de Monte Agraço com as organizações cuidadas do tradicional 
Festival Taurino de 25 de Abril e com a corrida da 
Feira de Setembro, que este ano voltou a ter 
lotação esgotada.
Menos sorte teve noutros empreendimentos, como foi o caso da praça de toiros do 
Cartaxo, de que se tornou adjudicatário no início do ano, acabando por desistir depois de algum insucesso nos primeiros espectáculos que montou. No início do ano, assumira também a gestão da praça alentejana de 
Alpalhão, em parceria com 
Paulo Pessoa de Carvalho, mas acabaram por não levar a efeito nenhum espectáculo.
Em 2018 manter-se-à ao leme da praça do 
Sobral e diz-se que tem outro projecto grande provável numa outra praça a que se irá candidatar...
De Caras Tauromaquia
Composta por dois novos empresários, ex-forcados de 
Coruche, esta empresa denominada 
De Caras Tauromaquia foi uma das agradáveis surpresas da temporada de 2017, gerindo a 
Monumental de Coruche com resultados brilhantes, destacando-se a tradicional corrida de 17 de Agosto em que se homenageou a memória de Mestre 
David Ribeiro Telles e a de Setembro com sérios toiros da ganadaria 
Palha.
O trabalho dos novos empresários foi notável e engrandeceu o prestígio da praça de toiros do 
Sorraia, dizendo-se agora que pode haver a possibilidade desta dupla empresarial se vir a candidatar a uma outra praça.
Outros empresários em destaque
Para lá dos que referimos anteriormente, outros empresários se destacaram nesta temporada de 2017, havendo a realçar os primeiros e bons cartéis do ano levados a efeito pelo 
Dr. Joaquim Grave em 
Mourão; as boas corridas organizadas por 
Rui Palma, um jovem e empreendedor empresário com sucessos marcantes nos festejos que levou a efeito em 
Montemor-o-Novo em Maio (onde deverá voltar a organizar uma corrida no próximo ano), em 
São Manços (onde continua) e na 
Messejana, entre outros; bem como as usuais organizações de 
Vasco Durão (
Verdadeira Festa) nas praças de 
Reguengos de Monsaraz, de 
Alcácer do Sal e da 
Amareleja, a que vai juntar no próximo ano a gestão da praça de 
Estremoz.
Destaque, ainda, para 
Luis Miguel Pombeiro, na sempre cuidada gestão da praça de toiros de 
Idanha-a-Nova, onde este ano organizou apenas uma corrida, mas que foi um êxito; e para o 
Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande, da 
Praia da Vitória, 
Ilha Terceira, belas duas bem montadas corridas que em Agosto marcaram na 
Monumental de Angra do Heroísmo as 
Festas da Praia; bem como para a 
Tertúlia Tauromáquica Terceirense pela montagem da tradicional 
Feira Taurina das Sanjoaninas, em Junho em 
Angra.
Fotos D.R. e Maria Mil-Homens