A imagem do cartaz tem um toiro e uma pintura da neta do empresário Ferreira Paulo, criança vítima de cancro. Comissão de Protecção de Crianças recebeu uma queixa pela utilização da imagem da menor |
São problemas a mais para um festival só. O empresário Ferreira Paulo quis ajudar a Associação Acreditar e esta demarcou-se do evento. "Vou na mesma depositar os lucros do festival na conta da associação, se não o quiserem, que mo devolvam e dou a outra instituição", afirma. Como se isso não bastasse, corre agora o risco de João Moura, cabeça de cartaz, sair do festival por toda a polémica dos galgos. E não contente com isso está ainda a braços com uma queixa na Comissão de Protecção de Crianças por causa da imagem do cartaz que anuncia o festival de dia 14 em Beja...
Na semana passada foi apresentada pela ANIETIC- Associação Portuguesa para a Ética Animal uma queixa na CPCJ de Beja (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens) a pedir "que sejam penalizados os culpados que se aproveitam de crianças com o cartaz do Festival de Beja" de 14 de Março.
A queixa visava directamente a imagem do cartaz desse festival (em cima) onde surge uma pintura da neta do empresário José Manuel Ferreira Paulo, promotor do festejo, criança vítima de cancro e que o motivou presisamente a levar por diante este espectáculo tauromáquico com que pretendia, pelo "extraordinário apoio que nos deram em Coimbra", ajudar financeiramente a Associação Acreditar, instituição que há muitos anos se dedica a apoiar crianças com cancro e a favor da qual em 1986 já se realizou uma corrida de toiros no Campo Pequeno em que o cavaleiro João Moura lidou seis toiros e entregou à associação 12 mil contos (60 mil euros).
Depois dessa queixa, "imperou o bom senso e parecia encerrado o caso. Eis que a Comissão Nacional da CPCJ questionou o andamento do processo. Está tudo maluco neste pais e os rapazes tem influência em todos os lados. Chegaram a ameaçar retirar a minha neta aos pais...", afirma o empresário.
E acrescenta:
"Questionam a exposição de uma criança em frente a um toiro... que no caso em apreço simboliza bem a finalidade do evento: a Tauromaquia a ajudar crianças com cancro da Acreditar e os utentes do Centro de Paralisia Cerebral de Beja".
"Define a legislação portuguesa no DR -89/2016de 11/6 que "um festival tauromáquico é um espectáculo que se destina comprovadamente para fins de beneficência. O cartaz simboliza tudo isto. Temos toureiros, ganadarias e o fim é única e exclusivamente de beneficência. O toiro como elemento principal da nossa Festa simboliza-a e a criança simboliza os fins a que se destina", esclarece Ferreira Paulo.
E diz mais:
"Promovemos um espectáculo legal. Fala-se em exposição da criança em frente a um toiro e em pontas... enlouqueceram de vez. Insinuam trabalho infantil. Qual trabalho? Deviam ir ao psiquiatra. Cada um é livre de tirar fotos com o gato, o piriquito ou seja lá com o que for. Por acaso até é uma pintura da minha neta, ela doente oncológica mas que em nada beneficia do lucro do espectáculo, mas sim quem não tem possibilidades".
E apela:
"Caríssimos Aficionados, temos que deixar de ser a mosca morta e permitir com o nosso silêncio que esta gentaça tome conta deste país. Temos que ser activos, pôr um travão nisto, querem-nos fazer buling cultural só porque não gostam. Não vamos deixar. A partir de hoje vamos ser activos nas redes sociais, ter voz, divulgar e colocar gostos e encher os email's dos que nos atacam com comentários em nossa defesa. Nas próximas eleições vamos castigar os políticos que olham para o lado, por falta de coragem e nos querem silenciar. Votemos em consciência, há partidos da esquerda até à direita que nos apoiam. Votemos de consciência sem estarmos amordaçados (que boa democracia...) como foi na recente votação do IVA. Amordaçaram as consciências dos deputados e fizeram à nossa conta negociatas para governar".
"Vamos em força a Beja no dia 14. Comprem bilhetes na Tiktline e quem não conseguir ir compre a fila 0. Somos gente diferente com princípios e solidários. Esta gentaça não vai acabar com a Nossa Festa", afirma a terminar.
Fotos D.R. e Maria Mil-Homens