O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez anunciou que numa terceira fase do desconfinamento (sem precisar datas) já se poderão realizar corridas de toiros, mas as praças terão uma lotação limitada a 400 espectadores e espaçados uns dos outros 9 metros quadrados
Não vai ser fácil e sobretudo não será viável reabrir as praças de toiros em Espanha com lotações limitadas a 400 espectadores e espaçados uns dos outros de uma distância de 9 metros quadrados. Pedro Sánchez, chefe do Governo espanhol, anunciou que as corridas de toiros se podem voltar a realizar no país numa terceira fase da descontenção do Covid-19 (a primeira em que serão permitidos espectáculos públicos), sem contudo precisar datas, presumindo-se que isso possa vir a acontecer só lá mais para a frente, muito provavelmente depois do mês de Setembro.
Tais restrições podem obrigar os empresários a dar espectáculos de mais baixo custo, tipo novilhadas, uma vez que uma lotação de apenas 400 lugares não será viável para aguentar a realização de uma corrida com figuras.
Victorino Martín, presidente da Fundación del Toro de Lidia, considera, em declarações ao site mundotoro.com, que "já é um início" e que "pelo menos começamos a ver claridade depois da noite", apesar de "tudo estar ainda pouco clarificado" e ser necessário "ver se é economicamente viável realizar espectáculos taurinos com lotações de praças tão reduzidas".
A lotação permitida em cada praça será calculada medindo a total superfície do recinto e depois dividindo o resultado por nove metros quadrados. O valor resultante será a lotação permitida.
Seja como for, esta "abertura" esbarra numa outra limitação, a que diz respeito à proibição de circulação entre as províncias, que vai continuar a prevalecer em Espanha por tempo ilimitado e pode impedir os aficionados e até os próprios toureiros de circularem da sua província para outras.
Em Portugal, não está claro ainda quando serão permitidos os espectáculos públicos de massas. O primeiro-ministro António Costa reuniu ontem com representantes da Cultura e do Desporto - ignorando o sector tauromáquico - e disse que todos manifestaram "a mesma ansiedade de regresso à normalidade" - não apenas os dirigentes dos principais clubes de futebol, como os empresários promotores dos festivais musicais de Verão, entre os quais Álvaro Covões, o novo dono do Campo Pequeno.
António Costa referiu que "nada pior do que dar más e erradas expectativas às pessoas", adiantanto que "a normalidade, tal como a conhecíamos até aqui, só vai voltar quanto tivermos vacina ou tratamento para a Covid-19".
Fotos D.R. e mundotoro.com