segunda-feira, 27 de abril de 2020

Esta cidade que dorme...

Yellow Vespa sempre a abrir!
Estádio do Sporting (para não me acusarem de faccioso, eu que odeio bola,
promete em breve ir fotografar também o do Benfica)
Bairro de Telheiras
Campo Grande e viaduto da 2ª Circular
Campo Grande
Avenida do Brasil
Jardim Dr. Mário Soares, vulgo Jardim do Campo Grande
Campo Grande e a Cidade Universitária
Avenida do Brasil e Hospital Júlio de Matos
Avenida de Roma, esta tarde. Em baixo, infelizmente, uma imagem que começa
a sar cada vez mais comum nesta Lisboa. Povo incivilizado. E porco


Uma volta por Telheiras, Campo Grande, Alvalade e Avenida de Roma. Como nunca se imaginou ver estas e outras zonas da capital...

Miguel Alvarenga - Já me habituei, já nos habituámos todos, mas ver esta Lisboa deserta "em tempo de guerra" continua a doer. E a meter impressão. É cada vez uma sensação mais estranha. Será possível que isto esteja a acontecer?
O facto de estar em casa a trabalhar não me incomoda muito, há vários anos que o faço. O que é mais doloroso - doloroso, mesmo - é não poder ir almoçar ou jantar fora, sentar-me numa esplanada a olhar o mar e a beber umas imperiais, estar com os amigos - como todos estávamos antes.
E não se saber quando isto vai acabar, se vai acabar e como vai ser depois são incógnitas aflitivas e cada vez mais assustadoras.
Sobre touradas, penso que já é escusado falar. Por mais optimistas que queiramos ser, acho que já todos terão entendido que não é fácil voltarmos a ter toiros este ano e a realidade é que já todo o mundo está a olhar para 2021, sem pensar mais em 2020. E mesmo em 2021, enquanto não existir a vacina, não vai ser fácil que os portugueses se envolvam em confusões de praças de toiros, por mais que haja restrições preventivas e limites de lotação.
E o mundo tauromáquico continua votado ao ostracismo pelos políticos. A ministra da Cultura quer tanto saber dos toiros como eu do futebol... E o Presidente da República voltou a ignorar o sector tauromáquico, uma vez mais, no dia em que recebeu em Belém os representantes da Cultura. De algumas formas de Cultura, diga-se.
Já agora e a talhe de foice, que é feito dos políticos, dos deputados que diziam defender a arte tauromáquica e até assistiam a corridas no Campo Pequeno no camarote da PróToiro? Era só p'ra inglês ver? Já ouviram da boca de alguns deles referir alguma preocupação pelos danos altamente negativos que a crise da pandemia está a causar ao sector tauromáquico, nomeadamente nas ganadarias, nos toureiros, nos empresários e demais intervenientes no espectáculo?
Já algum desses políticos que em tempos de eleições são tão "aficionados" se lembrou agora de questionar o Ministério da Cultura - como em Espanha estão a fazer as associações da classe tauromáquica e alguns políticos, nomeadamente do Vox - sobre que medidas vão ser implantadas, e se vão, em favor do sector da tauromaquia? Agora estão todos mudos...
É o país que temos, são os políticos que, se calhar, pela nossa eterna apatia, merecemos.
Fiquem bem. Deixo-vos com as fotos de mais uma volta pela cidade adormecida.

Fotos M. Alvarenga