quarta-feira, 29 de abril de 2020

"Tugas" voltam às ruas... a pensar que já está tudo bem!

Esta manhã, junto à Porta dos Artistas do Campo Pequeno, que
cruzei algumas vezes. Só no ano de 1977 actuei 7 tardes na primeira
praça do país. Como as figuras (algumas)...
Ontem: os meus filhos Gui e Maria Ana e o pequenino Santiago
O Santiago e a Maria Ana vieram ontem visitar-me
Telheiras, às primeiras horas da manhã de hoje
Avenida do Brasil às 08h30 de hoje
Campo Pequeno: mais carros nas ruas
Nos restaurantes da praça de toiros, mesas postas e até algumas
reservadas... à espera da reabertura
Mais carros na Av. da República e a usual calmaria aqui na zona da
"nossa casa"


O contágio pode disparar em Maio - é a manchete de hoje do "Correio da Manhã". Peritos alertam para alto risco com o fim do Estado de Emergência, que acontece já no sábado. Os portugueses voltaram em força às ruas, como se tudo já estivesse normalizado...

Miguel Alvarenga - Os portugueses estão a interpretar (mal, como é costume...) o anúncio do fim do Estado de Emergência, que vai acontecer já no próximo sábado, 2 de Maio. E começaram a sair às ruas, como se isto significasse o fim do confinamento e já tudo estivesse bem.
Parece-me - e não só a mim - altamente arriscado não haver, pelo menos por mais quinze dias ou mesmo um mês, um prolongamento das medidas de restrição. As escolas vão em breve reabrir, assim como as creches, mas "há pais que não vão deixar os filhos regressar", afirma hoje em manchete o "Diário de Notícias". No "Correio da Manhã", peritos alertam para alto risco com o fim do Estado de Emergência e dizem que o contágio pode disparar durante o mês de Maio. Não sei se tudo isto não será uma precipitação (demasido cedo) e não terá depois consequências dramáticas.
Ontem, o primeiro-ministro esteve reunido com agentes da Cultura e do Desporto, mas não clarificou ainda quando poderão regressar os espectáculos de massas, afirmando mesmo que a normalidade só voltará como a conheciámos até aqui depois de termos a vacina ou o tratamento para a Covid-19. As previsões de António Costa, que pelos vistos apontam para só daqui a alguns meses, englobam também, como é óbvio, a realização dos espectáculos tauromáquicos, se bem que o sector tenha sido pura e simplesmente ignorado, mais uma vez, nesta reunião com os representantes das actividades culturais.
O trânsito automóvel aumentou substancialmente nos últimos dias, havendo mesmo artérias a fazer recordar o "bom tempo", como se nada tivesse acontecido. A partir de segunda-feira, as lojas de bairro vão começar a abrir gradualmente e os restaurantes provavelmente também. Para já, entre quinta e segunda-feira voltam a haver restrições na circulação entre concelhos, precisamente por ser outro fim-de-semana prolongado e se procurar evitar, como aconteceu na Páscoa, grandes deslocações para as mini-férias.
Esta manhã, de Telheiras ao Campo Pequeno (vou alterando aos poucos o local da "prisão domiciliária") vi mais carros e mais gente nas ruas. Aqui pela zona da "nossa casa", continua a não se dar pela existência de um Hospital de Campanha já montado na arena da praça - ainda não em utilização.
Dei a voltinha habitual e rotineira para comprar os jornais. Hoje já saíu a revista "Sábado", que nos dá "30 respostas para regressar em segurança", falando de como vai ser a nossa nova vida nos cabeleireiros, nos restaurantes e bares, nas lojas de roupa, nas piscinas e ginásios, nos cinemas e discotecas, nos centros comerciais e hotéis, na praia e no futebol, como será o regresso das empregadas domésticas, como vão trabalhar as escolas, escritórios e fábricas. Tenho muito para me entreter a ler logo à noite.
E ontem voltei a ter, com os devidos e aconselhados distanciamentos, uma curta visita da minha filha Maria Ana e do meu neto Santiago - que está um espanto! Ganhei o dia. A semana. O mês!
Fiquem bem - que eu vou fazer o possível para ficar também.

Fotos M. Alvarenga e Guilherme Alvarenga