A placa que perpectua a efeméride na praça de toiros de Estremoz |
Ao início da corrida, Miguel Alvarenga recordou a trajectória de glória de 40 anos de João Moura |
João Moura iniciava há dois anos em Estremoz a temporada dos seus 40 anos de alternativa |
António Ribeiro Telles num ousado ferro a sesgo |
Francisco Cortes brilhou na praça da sua terra |
Duas das grandes pegas da tarde, pelos grupos de Montemor e do Aposento da Moita |
O saudoso Emílio, autor destas fotos, com o Maestro Moura |
Nuno e Miguel Alvarenga há dois anos na praça de Estremoz |
O empresário Vasco Durão foi o promotor desta corrida |
Há dois anos, a 29 de Abril de 2018, a praça de toiros de Estremoz foi palco da corrida que deu o arranque oficial às comemorações dos 40 anos de alternativa do Maestro João Moura. Recordamo-la
Foi neste dia 29 de Abril, há dois anos (2018), que a praça de toiros de Estremoz, então gerida pelo dinâmico empresário Vasco Durão, deu o arranque às celebrações dos 40 anos de alternativa do Maestro João Moura, numa tarde em que teve por alternantes António Ribeiro Telles e Francisco Cortes e os grupos de forcados de Montemor e do Aposento da Moita, com toiros de Passanha e José Luis Pereda.
O dia amanheceu chuvoso e isso terá afastado gente da praça, que tinha pouco mais de metade da sua lotação preenchida, mas o espectáculo resultou triunfal para os cavaleiro e os forcados.
Ao início da corrida, foi descerrada no páteo de cavaleiros uma placa a assinalar a efeméride e Miguel Alvarenga traçou, em breves palavras, a trajectória de glória do "Niño Prodígio" de Monforte.
São essas palavras que aqui recordamos hoje:
Corria o ano de 1976 quando Madrid consagrou o novo menino prodígio do toureio a cavalo. João António Romão de Moura tinha apenas 16 anos e um cavalo único chamado “Ferrolho” que pertencera ao Mestre dos Mestres, João Branco Núncio.
O “bailado de maravilha” que o consagrou na Monumental de las Ventas, apenas e só a mais importante praça de toiros do mundo, deu o mote para o início da revolução mourista - que decretou a partir desse dia como se iria passar a tourear a cavalo.
João Moura inovou, renovou e criou escola. Hoje, quase todos toureiam como ele ensinou.
40 anos depois de tanta História e de tanta glória, o Maestro Moura inicia hoje aqui, naquela que é também uma das mais emblemáticas praças dos seus muitos triunfos, a temporada em que vai comemorar quatro décadas de alternativa - que são também quatro décadas de muitas e grandes lições e de uma imensa glória.
Poucos se terão dado ao luxo - e ao mérito - de se manter 40 anos ininterruptos em actividade, sempre com a mesma raça, sempre com a mesma arte e sempre num patamar tão elevado, onde nunca ninguém ousou chegar alguma vez.
João Moura não é só a maior Figura do toureio equestre mundial dos últimos 40 anos. Ele é, sobretudo, a própria História do Toureio a Cavalo deste último meio século.
Ao chegar hoje aqui, dando início à temporada de comemoração dos seus 40 anos de alternativa, João Moura é a imagem de um Toureiro que nunca estagnou, que sempre evoluiu, inspirado e inovando, trazendo sempre qualquer coisa de espectacular e de novo em cada tarde e em cada actuação.
40 anos depois, não houve ainda revolução alguma que conseguisse acabar com a sua. Ele continua a ser único, continua a “tratar os toiros por tu” e continua a ser o melhor e mais sólido exemplo de que o difícil não é chegar e vencer, é, antes, manter-se quatro décadas no trono, solidificando e consolidando uma História, uma trajectória e uma carreira sem igual.
Dizer-lhe Obrigado é muito pouco para quem em 40 anos de glória nos deu a todos tantas alegrias, tantas tardes de triunfo e tantos momentos de emoção inigualáveis.
Mais que Obrigado, vamos hoje aqui dizer-lhe que o respeitamos, que o homenageamos e que rendemos o tributo que se deve render aos eleitos, aos génios, aos predestinados, aos artistas que souberam marcar a diferença. E ser, eles próprios, diferentes.
Que Deus reparta sorte neste que é o primeiro dia do resto da vida e da carreira de João Moura.
Fotos Emílio de Jesus/Arquivo