Hugo Teixeira/Exclusivo
"Farpas" - O "Farpas" ouviu esta tarde alguns directores de
corrida (delegados técnicos da IGAC), que fizeram uma análise negativa ao
trabalho desenvolvido pela Inspecção-Geral na área da Tauromaquia e nos manifestaram
o seu descontentamento face a vários episódios ocorridos ultimamente. O atraso
nos pagamentos dos seus honorários foi a gota de água que fez transbordar o
copo da paciência dos "inteligentes" e os mantém decididos a avançar
para uma greve no próximo fim-de-semana, recusando-de a dirigir as corridas
para que foram nomeados.
Fazendo uma análise do trabalho
desenvolvido por parte do actual Inspector-Geral da Inspecção-Geral das
Actividades Culturais (IGAC), na pessoa do Dr.º Luis Silveira Botelho,
respeitante ao sector da Tauromaquia, "podemos facilmente concluir que a mesma
fica muito aquém do esperado", consideram os directores de corrida.
E acrescentam:
"Todos somos unânimes quando nos
referimos a reformas e contenção de custos, no entanto, deveremos ter sempre em
atenção não só à sensiblidade de ouvirmos os técnicos que há muito tempo lidam
com a tauromaquia, e que infelizmente alguns foram afastados, por
certamente debater-se pela verdade
e gerir bem demais estes problemas".
É importante igualmente referir que o
extinto Ministério da Cultura não investiu, segundo as nossas fontes, "nem
um cêntimo do Orçamento de Estado, uma vez que as verbas são financiadas pelo
próprio empresário, cabendo a este organismo somente a gestão da melhor forma e
o que infelizment mais se tem visto é a incapacidade de gerir, se não vejamos:
é no mínimo caricato este episódio na nomeação de dois veterinários para o
mesmo espectáculo (Garvão), pelo que, quando um chegou, o colega já teria
inspeccionado as reses, tendo um deles regressado a casa e, claro, este
apresentado o mapa itenerário com os quilómetros realizados".
E questionam:
"Havendo contenção de custos e
zonas de actuação para os veterinários, como se explica a movimentação de
alguns veterinários, sob justificação de estar em avaliação aos novos delegados
técnicos, não importando se a zona tem um delegado a 3, 5 ou 15 quilómetros,
podendo a IGAC estar a pagar mais de 100 quilómetros ao 'examinador'?".
Não menos perigosa é, segundo os nossos
interlocutores, a decisão da actual direcção da IGAC, "da nomeação dos
delegados técnicos por zona geográfica, o que quer dizer que será sempre o
mesmo director de corrida e veterinário a estarem presentes na mesma praça,
originando assim claramente uma viciação entre empresas e direcção de
corrida".
E mais caricata é certamente a reforma
aplicada actualmente implementada, onde a IGAC não comparticipa idas a Tribunal
aquando notificação dos delegados pelos autos levantados.
Esta mediada é inédita e levou ao
descontentamente generalizado dos delegados técnicos tauromáquicos (directores
de corrida e veterinários).
Este descontentamente ainda se agrava
mais quando os serviços assinaram uma acta de compromisso de pagamento dos
honorários a 60 dias, estando constatemente a adiar os mesmos, não tendo pago
no prazo estipulado, nem muito menos justificado este atraso - facto que terá
motivado muitos directores de corrida para avançar este fim-de-semana com uma
"greve geral", recusando-se a dirigir corridas.
Mais uma decisão polémica, adiantam os
directores de corrida, "foi o arquivamento, a mando do Sr. Inspector, do auto
levantado à empresa municipal promotora de uma corrida no ano anterior em
Cabeceiras de Basto, uma vez que os seis toiros não tinham peso".
"Mais recentemente - lembram os
directores - a catedral do toureio - Campo Pequeno - solicitou autorização para
que os artistas pudessem actuar de luces no recente festival ali efectuado,
tendo o requerimento sido recusado. No entanto, a empresa Campo Pequeno deu a
conhecer que se responsabilizava pelo pagamento da multa. Vamos ver se o mesmo
não acaba arquivado a mando do Sr. Inspector...".
Escusado será dizer que os delegados se
encontram suficientemente desmotivados para somente cumprir o papel de
"Espantalhos"...
Nota: o "Farpas Blogue" esclarece que a foto que acompanha este texto é meramente ilustrativa e não vincula minimamente nenhuma das figuras ali retratadas à notícia em questão. Tentámos contactar a IGAC, para obter um comentário oficial a este assunto, mas até ao momento todas as tentativas feitas durante o dia de hoje foram infrutíferas.
Foto D.R.