No próximo domingo, dia 30, na última corrida da temporada em Évora, de gala à antiga portuguesa, vai prestar-se justa e merecida homenagem à memória de José Barahona Núncio, filho do Califa de Alcácer, que morreu a 8 de Outubro de 2006 na sua casa em Évora, depois de viver imobilizado ao longo de 34 anos, devido a uma queda do cavalo "Príncipe Igor" em Fevereiro de 1972, na propriedade da famíiia em Vale de Lobos, que o deixou para o resto da vida numa cadeira de rodas.
José Núncio tomou a alternativa no Campo Pequeno em 1962, das mãos de seu Pai, Mestre João Branco Núncio - cujo nome é agora lembrado no VIII Troféu que se vai disputar domingo em Évora.
"Muito para além da sua faceta como toureiro, José Núncio deve ser recordado pela lição de vida que nos deixou, pela sua inabalável fé em Deus e pela sua alegria de viver. A sua paixão pela Festa dos Toiros deixou-a imortalizada em muitos desenhos e pinturas e também em algumas esculturas que mostram bem a veia de artista com que Deus o premiou" - escreve a hoje a empresa "Terra Brava", promotora da corrida em Évora.
Mesmo paralítico, depois das vicissitudes da "revolução de Abril" e após a morte de seu Pai, em 1976, José Barahona Núncio tomou conta da ganadaria, onde empregou todo o seu conhecimento e a sua imensa aficion, obtendo sonoros triunfos nas décadas de 80 e 90 não apenas em praças portuguesas, mas também em arenas de Espanha e França.
Na corrida de domingo, com início às 17h30, toureiam na Arena D'Évora os cavaleiros António Ribeiro Telles, Luis Rouxinol e João Salgueiro e pegam os Forcados de Évora e de Beja. É a última vez que Bernardo Patinhas sai a cabo do Grupo de Évora. Lidam-se seis toiros da centenária ganadaria Palha.
Foto D.R.