sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Noite de grande festa ontem no Campo Pequeno esgotado!


Público esteve com Ana Rita
Ana Rita: excelente confirmação de alternativa com lide ritmada e de bom nível
Aplaudida volta à arena de Ana Rita com o forcado Joaquim José Penetra
Rouxinol soma e segue!
Ousadia e verdade no toureio de Sónia Matias
Um bom ferro de Ana Batista
Brito Paes superou em Lisboa a sua actuação de domingo nas Caldas



Miguel Alvarenga - Ontem no Campo Pequeno, em corrida que ficou marcada pelo "regresso" da TVI, de quem já se dizia que "perdera o amor" pelos toiros e também pelo memorável triunfo de Rui Salvador (de que já aqui se falou em pormenor), o ganadeiro alentejano Luis Rocha (na foto da direita) devia ter saído em ombros. Ou, pelo menos, ter sido passeado em ombros na arena, onde entrou por mais que uma vez, merecidamente, para acolher as ovações do público - que esgotava as bancadas da praça lisboeta.
Bem apresentados, sem peso excessivo, nobres, bravos, a pedir contas, os seis toiros da sua ganadaria proporcionaram um grande espectáculo, tanto aos cavaleiros, como aos forcados, sem facilitar, pelo contrário, transmitindo emoção e causando arrepios na bancada - na senda do que tem sido este ano o bom trabalho de algumas empresas para trazer de volta às arenas a emoção do toiro-toiro e acabar de vez com os "nhoc-nhoc" que "reinaram" nas últimas temporadas e por pouco não transformavam a arte tauromáquica num circo de feras amestradas...
Irrepreensível, o curro de toiros do Engº Luis Rocha foi um dos grandes triunfadores da noite de ontem no Campo Pequeno e recolocou o ganadeiro entre os primeiros candidatos ao "Galardão/2012".
Em ambiente festivo, como convém (prefiro muito mais este público, "estilo Póvoa de Varzim", que os pseudo-entendidos sisudos e cinzentões que costumam ir à praça "dizer mal", com uma pedra na mão, mal dispostos e mal encarados, a fingir que sabem muito...), a corrida iniciou-se com a cerimónia da confirmação da alternativa da jovem cavaleira Ana Rita (foto da esquerda), que a recebeu há um ano no Redondo, em corrida transmitida pela RTP, apadrinhada por seu mestre, o veterano Manuel Jorge de Oliveira.
Com um dedo da mão partido, em consequência de queda no fim-de-semana numa corrida às portas de Madrid, Ana Rita toureou "como se isso não fosse nada". Desenvolta, variada e chegando ao público com facilidade, deu o mote para o que viria a ser uma animadíssima noite de toiros. O público aclamou o seu triunfo com uma demorada volta à arena, envolta em ramos de flores.
Depois da memorável actuação de Rui Salvador (já descrita em notícia anterior), veio Luis Rouxinol, pela terceira vez este ano no Campo Pequeno e a cumprir ontem a 1.050ª actuação desde que, há 25 anos, tomou a alternativa.
Alguém que se lembre, nos últimos anos, de um "petardo" de Rouxinol, que levante o braço. Eu não me lembro. Incrivelmente regular, o toureiro de Pegões triunfa sempre. Está num momento que ninguém o pára. É "sempre a andar" e sempre a triunfar. Não vale a pena descrever a sua actuação de ontem em Lisboa. Foi igual à anterior, igual, por sua vez, à que fez há um mês e à que fará hoje e amanhã onde actuar. É um triunfador nato.
Sónia Matias trouxe ontem ao Campo Pequeno a raça, a ousadia e a verdade do seu toureio. Foi a primeira e continua a ser a primeira. Com um toiro que não concedeu "favores", a cavaleira impôs os seus galões e reconquistou Lisboa com um sonante triunfo.
Ana Batista alternou altos e baixos e não soube sair a tempo, insistindo na cravagem de mais um ferro que o director Agostinho Borges, "para não estragar a festa", autorizou. Não se pode dizer que esteve mal, isso não, mas também não esteve bem. No meio da euforia que se vivia na praça, saíu também em plano de triunfadora. Mas já lhe vimos muito melhores exibições.
Fechou a corrida António Maria Brito Paes, superando em Lisboa a actuação "menos conseguida" de domingo passado nas Caldas. Aqui esteve em muito bom plano, com ferros em emotivas sortes que levantaram o público.
Bem as quadrilhas e bem o director de corrida Agostinho Borges, proporcionando ritmo e alegria numa noite que era de toiros, mas que era sobretudo de festa e de homenagem aos nossos emigrantes.

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com