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| Foto Fernando Clemente/www.parartemplarmandar.com |
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| Sequência dramática da colhida. O forcado ficou inanimado na arena |
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| João Simões, ex-cabo do Aposento da Moita, foi dos primeiros a socorrer Nuno de Carvalho e confessou ontem ao "Farpas" ter-se apercebido desde logo "da gravidade da situação" |
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| Quinta-feira no Campo Pequeno, no acto de cumprimentos ao director de corrida, findas as cortesias. Nuno de Carvalho está atrás do cabo Tiago Ribeiro (foto ampliada em baixo) e regressa nesta noite a Lisboa decidido a repetir o êxito que ali protagonizou a 17 de Maio |
Miguel Alvarenga - São dramáticas, preferíamos não as publicar, mas somos jornalistas e temos o dever de informar.
Ontem de manhã, contrariando a decisão assumida, a conselho dos nossos advogados, de não fazer quaisquer referências a grupos da Associação Nacional de Grupos de Forcados enquanto decorrer em tribunal uma acção dessa instituição e do seu presidente contra o "Farpas", abrimos uma excepção e noticiámos que era grave o estado do forcado Nuno de Carvalho, do Aposento da Moita, vítima de grave colhida na arena do Campo Pequeno na passada quinta-feira, quando tentava pegar o quinto toiro da noite, da ganadaria de Infante da Câmara.
Fizemo-lo, frisámos, por se tratar de um grande grupo e por se tratar, sobretudo, de um enorme e valoroso forcado - e em nome da missão de informar.
Infelizmente, ao início da noite de ontem, tivemos a confirmação de que as notícias eram, de facto, as piores. Nuno de Carvalho, de 26 anos, fica paralítico em consequência das lesões vertebrais que sofreu e que são "irreversíveis". Foi operado ontem ao início da tarde no Hospital de Santa Maria em Lisboa e os médicos nada puderam fazer, a não ser constatar a gravidade das lesões.
Nuno de Carvalho, conhecido no grupo pelo "Mata", de ascendência africana, nasceu em 17 de Julho de 1986 na Moita do Ribatejo e estreou-se nos Amadores do Aposento em 2005, fardando-se pela primeira vez numa corrida realizada na Benedita. Ao longo dos últimos sete anos, afirmou-se como um dos grandes forcados do grupo (todo ele recheado de glórias e um dos melhores agrupamentos de forcados nacionais) e também como um dos grandes forcados da actualidade.
O meu filho Guilherme, que nessa noite se estreou como "aprendiz de cronista tauromáquico" no Campo Pequeno, recordou a pega de Nuno de Carvalho na corrida de 17 de Maio como "a melhor que vi na minha vida, uma coisa incrível, a praça inteira de pé a aplaudir, jamais irei esquecer e tenho a maior das penas que se tenha perdido um forcado tão grande. Desejo-lhe a maior das coragens, a todos os seus familiares e amigos, para pegar agora aquele que será, sem dúvida, o pior toiro da sua vida".
Deixamos a dramática sequência daquela que foi a última presença numa arena, fardado de forcado, do valente e heróico Nuno de Carvalho.
Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com
