Contrariamente às notícias difundidas nas últimas horas por diversos sites e blog's taurinos, não foi minimamente inconclusiva - bem pelo contrário - a assembleia-geral da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos realizada ontem ao final da tarde no Salão Nobre da praça de toiros do Campo Pequeno e que tinha por principal objectivo analisar, discutir e tomar uma posição face ao "veto" decretado pela Associação Nacional de Grupos de Forcados à empresa "Gestoiro", de Paulo e Rodrigo Tendeiro.
Defendendo a livre contratação, os empresários decidiram por unanimidade fazer um ultimato aos forcados: ou levantam de imediato o "veto" à "Gestoiro" ou são eles "vetados" pelas empresas. Foi solicitada uma reunião de urgência com a direcção da ANGF, reunião essa que se realizou de imediato. Mal terminou a assembleia-geral da APET, a direcção da Associação de Forcados compareceu em peso no Campo Pequeno.
Nessa segunda reunião, os empresários transmitiram aos forcados a sua decisão: ou é levantado o "veto" à empresa dos Tendeiro, ou os grupos de forcados ficam "vetados" pelas empresas e, segundo uma fonte da APET, "as corridas não vão deixar de realizar-se". É a primeira vez que a Associação de Forcados é verdadeiramente "encostada à parede". A direcção da ANGF respondeu aos empresários que reunirá hoje com os seus associados e ainda esta tarde tornará pública a decisão tomada nesse "conclave". Sabe-se que há grupos a favor do "veto" à "Gestoiro" e grupos contra, decididos a "furar" essa medida e a pegar para a empresa.
A ANGF alegava que a empresa "Gestoiro" solicitara a um grupo de forcados - Aposento da Chamusca - que realizasse a venda de bilhetes para uma corrida em que iria pegar. Os empresários também se debruçaram sobre o caso, concluindo que "é perfeitamente legítimo" contratar quem quer que seja, um toureiro ou um grupo de forcados, e solicitar-lhes que apoiem e ajudem "vendendo bilhetes ou inclusivamente arranjando patrocínios".
"Estamos todos no mesmo barco e a entre-ajuda é necessária, não tendo outro significado que não seja esse mesmo: ajudar-nos uns aos outros na procura do sucesso de um espectáculo. Na Fórmula 1 não existem também patrocínios? Por que razão aqui são vistos com outros olhos?" - explicou ao "Farpas" um conhecido empresário que ontem participou nas duas reuniões.
Ao contrário do que tem sido erradamente transmitido pelos sites e blog's, a reunião dos empresários não foi inconclusiva - antes pelo contrário. Foi até demasiado conclusiva. Aguardemos esta tarde pela tomada de posição da Associação de Forcados face ao ultimato das empresas.
Foto M. Alvarenga/Arquivo