A nobre e portuguesíssima arte de pegar toiros enaltecida este fim-de-semana na Monumental no Montijo em dois espectáculos inéditos - demonstração de pegas com toiros de verdade e sem sangue. Não haverá bandarilhas, apenas a intervenção de bandarilheiros (peões de brega) para receber os toiros e depois a actuação de seis grupos de forcados em cada tarde. Haverá um júri (que será anunciado) para eleger em cada tarde os três melhores grupos, daí saindo os seis que pegarão depois na grande final no dia 17 de Novembro. Os espectáculos, sábado e domingo, iniciam-se às 16 horas e têm o preço geral de 5 euros - só não vai quem não quiser!
O bandarilheiro Pedro Gonçalves, que organizada estes festejos inéditos em parceria com o empresário João Pedro Bolota ("Aplaudir"), explicou ao "Farpas" como se procederá:
"Apesar da polémica e da contestação que gerou de início, este evento visa acima de tudo enaltecer a imagem e a arte do Forcado Amador. Nas três tardes sairão à arena do Montijo toiros (18 no total) da ganadaria Dias Coutinho. Cada toiro será recebido de capote por bandarilheiros e depois pegado. Não haverá bandarilhas, o que torna mais emotiva a actuação dos forcados, que vão pegar toiros-toiros no seu estado inicial, sem terem sido toureados. Foi um desafio que muitos grupos aceitaram e que penso que muito os prestigiam. Serão, obviamente, espectáculos com uma duração inferior à de uma corrida de toiros tradicional, uma vez que cada toiro apenas será recebido por bandarilheiros e imediatamente pegado, mas isso também é há muito tempo um dos objectivos que se tem tentado alcançar, isto é, diminuir o tempo de cada espectáculo, muitas vezes maçador e que se arrasta por tempo indefinido. Penso que a iniciativa, inédita, vai agradar aos aficionados".
No sábado, intervirão os grupos de forcados do Ribatejo, do Montijo, de Azambuja, da Chamusca, de Arronches e da Arruda dos Vinhos. No domingo, estarão em praça os da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, do Alandroal, de Monforte, de Salvaterra de Magos e de Monsaraz.
Foto Pedro Batalha