"Daqui a dois anos, nos 45 anos do Grupo de Alcochete, lá estarei de novo e volto a pegar!" - são as primeiras declarações de "Nené" ao "Farpas", depois de ontem ter sido violentamente colhido na arena de Alcochete, quando tentava pegar o segundo toiro da noite, com 515 quilos, da ganadaria Lopes Branco, na emotiva corrida em que foi reposta no seu local a estátua do malogrado Hélder Antono (roubada em Abril e depois recuperada), morto por um toiro em 1988 naquela mesma praça.
O antigo cabo António Manuel Cardoso sofreu deslocação do ombro esquerdo e foi assistido no Hospital do Barreiro, onde lhe recolocaram o ombro, imobilizando-o. Amanhã, "Nené" será visto em Lisboa no Hospital da Cruz Vermelha pelo conhecido médico ortopedista Dr. Manuel Passarinho.
"Foi pena não ter conseguido pegar, mas fiquei feliz pelo facto de ter sido o meu filho quem me dobrou", afirma "Nené". O toiro foi pegado, ao primeiro intento, pelo seu filho, António José Cardoso (foto ao lado), uma das jovens estrelas do Grupo de Forcados de Alcochete.
"O ombro saíu do sítio e no hospital recolocaram-no no lugar, sob anestesia. Já em encontro em casa, mas cheio de dores. Lembro-me de tudo, na arena, o toiro veio sobre mim e só via gente e confusão à minha volta. Foram momentos difíceis, mas podia ter sido pior. Dói-me muito as costas, tenho a cara toda dorida também, mal me consigo mexer. E a cabeça anda aos saltos... parece a Serra da Estrela! Mas são coisas que só acontecem a quem lá anda e eu ontem estava mesmo decidido e moralizado para pegar. Foi pena", comenta heróico forcado, também empresário e apoderado, um ícone da tauromaquia nacional.
Não perca hoje, aqui, todas as fotos: os momentos dramáticos da colhida de "Nené", as grandes pegas da corrida, o ambiente que se viveu em Alcochete durante o momento de reinauguração da estátua de Hélder Antono. Vamos mostrar-lhe tudo!
Fotos M. Alvarenga