Presente! |
Em Junho de 2013 no Campo Pequeno, com Brito Paes, vendo-se no burladero, da esquerda para a direita, Américo Manadas, Nuno Pardal, José Luis Gonçalves e o Dr. Pedro Marques, seu grande amigo |
Este ano na Chamusca, na corrida de quinta-feira da Ascenção, com Marcos |
Em Dezembro do ano passado, premiado pela Tertúlia de Alagoa como "apoderado do ano" |
Em casa dos Bastinhas com Dália Madruga e Marcos |
António Morgado era mesmo um homem bom. Não era um daqueles de que se vai dizer agora que foi bom só por que morreu |
Morgado (ao meio), entre Paco Ojeda e Joaquim Bastinhas, de quem era apoderado desde o final de 2009 |
António Morgado no ano passado em Albufeira com Marcos Bastinhas e os bandarilheiros Ricardo Raimundo e Gonçalo Veloso |
Com Marcos Bastinhas e Ricardo Raimundo |
Miguel Alvarenga - António Morgado foi um daqueles homens bons de que não se vai dizer agora que era bom só por que morreu. Ele era mesmo bom.
Beirão dos quatro costados, era um homem à antiga, um homem da honra, da palavra, demasiado sério e honesto para se adaptar aos dias de hoje.
Conheci-o há muitos anos. Compadre do então matador de toiros Rui Bento (que é padrinho da sua única filha), organizador entusiasta das corridas de toiros na sua zona, em Aldeia da Ponte, em Urrós, em Nave de Haver. Era um homem simples, de fino trato, finíssimo, algo metido consigo, de poucas falas, dizia o suficiente. Mais tarde enveredou pelos apoderamentos, esteve ao lado de alguns toureiros, entre os quais os cavaleiros José Manuel Duarte e Vitor Ribeiro e, em Dezembro de 2009, sucedeu a Rogério Amaro nos apoderamentos de Joaquim Bastinhas e seu filho Marcos.
Foi no dia 3 de Novembro de 2009 que fez chegar às redacções dos orgãos de comunicação social este sucinto e bem explícito comunicado onde, com a senhorial postura que o caracterizava, não deixou de tecer elogio, na parte final, ao labor anteriormente desenvolvido pelo histórico Rogério Amaro:
"A partir deste momento e por tempo indeterminado, o destino artístico do cavaleiro tauromáquico Joaquim Bastinhas e de seu filho, o jovem e promissor Marcos Bastinhas, passou a ser da minha responsabilidade! Tentarei com trabalho, dedicação e verdade, desempenhar um trabalho sério e profissional, ao tão brilhantemente, até este momento, elaborado".
O seu trágico desaparecimento, ontem, é um daqueles desaparecimentos que, de certeza, deixa a Festa mais pobre. No caso de Morgado não se trata de um lugar comum. É mesmo assim, é mesmo verdade. Homens com o seu carácter, a sua nobreza, a sua verticalidade e a sua honestidade não aparecem todos os dias neste meio - e já não há muitos.
Vamos ter saudades.
Fotos Hugo Teixeira, Emílio de Jesus e D.R.