Tecnicamente perfeita e com o grupo a ajudar bem, a pega de Fábio Silva (segunda da noite) deu aos Amadores da Moita o prémio que estava em disputa |
Miguel Alvarenga - Revi ontem atentamente a gravação televisiva da Corrida TV/Norte que sexta-feira se realizou na Monumental da Póvoa de Varzim e sou obrigado a reconhecer - e a repôr a verdade - que muito embora se não tenha dignificado e engrandecido, nem de longe, nem de perto, a imagem do Forcado Amador, também não foi a desgraça que se apregoou nas redes sociais e onde se continuam a multiplicar os mais diversos comentários, sobretudo de antigos e valorosos nomes da forcadagem nacional, contra o que consideram ter sido "uma vergonha". Vamos pôr os pontos nos iis - para acabar de ver com a polémica!
É verdade, sim senhor e aí concordo em absoluto, que para uma corrida televisionada se deve contar com grupos de forcados que garantam um mínimo de sucesso - e isso, na verdade, não aconteceu nesta 19ª edição da Corrida TV/Norte. Houve, nesse campo, uma falha imperdoável do empresário organizador da corrida, o antigo e recordado forcado João Pedro Bolota. À partida, não se entende - ou talvez se entenda... - porquê.
O Grupo do Ribatejo é um grande grupo, com provas dadas e acima de qualquer suspeita. Os Amadores da Moita, segundo grupo da vila da Moita, não tem o nome e o valor do Aposento da Moita, mas já o vi estar bem em muitas corridas - e a pega de Fábio Silva, segunda da noite, ao primeiro intento, vencedora do troféu "João Moreira de Almeida" (na foto ao lado, o forcado vencedor com o presidente da Casa do Pessoal da RTP, Luis Castro), foi uma excelente pega, bem executada pelo forcado de cara e com o grupo a ajudar coeso e prontamente. A segunda pega deste grupo, quinta da noite, concretizada por Pedro Raposo a dobrar dois companheiros lesionados (Francisco Mirrado e Carlos Ricardo) não foi, de facto, uma boa pega. Mas acontece.
A primeira pega dos Amadores do Ribatejo, ao primeiro toiro da noite, concretizada à terceira pelo valente e experiente cabo Pedro Espinheira, é uma pega de valor pela raça e pela determinação do forcado de cara, sem ajudas, como acontecera no Campo Pequeno. A segunda, de André Martins, não teve história.
Os Amadores do Ramo Grande, grupo açoreano da Praia da Vitória (Ilha Terceira) tinham aqui a sua primeira corrida do ano e isso pode ter sido um erro, sobretudo se tivermos em conta que se tratava de uma corrida televisionada. A primeira pega foi mal concretizada por Manuel Pires (que é um excelente forcado) e a segunda, à primeira tentativa (última da noite), por Luis Brandão, foi uma boa pega.
Feitas as contas, a desgraça não foi tão grande como a pintaram - e por isso, depois de rever e voltar a ver atentamente as pegas, uma a uma, na gravação televisiva, venho aqui fazer justiça.
Fotos Maria João Mil-Homens