A "Palha Blanco" apresentava ontem a moldura humana e o entusiasmo que noutros tempos se vivia na tradicional corrida do Colete Encarnado - praça cheia. E a razão de ser desta enchente ficou a dever-se ao arrojo, à ousadia e à aficion do empresário Paulo Pessoa de Carvalho - indiscutivelmente, o grande triunfador da tarde - que montou este "mano-a-mano" Telles/Pedrito contra tudo e contra todos, sofrendo mesmo nas redes sociais severas críticas dos ditos aficionados vilafranquenses. A verdade é que, sem esquecer o brilhante trabalho ali desenvolvido nos últimos anos pelo empresário Levesinho, a praça encheu e há muitos anos que não se via um Colete Encarnado assim. O público correspondeu e foi à praça, sobretudo, para rever Pedrito de Portugal (foto ao lado). Artisticamente, o espectáculo ficou muito aquém das expectativas. Telles esteve bem num toiro (o seu segundo) e Pedrito muito bem noutro (o seu primeiro). Com um ambiente destes e uma fé tão grande dos aficionados nesta corrida, era coisa para os dois toureiros terem saído em ombros, mas a montanha acabou por parir um rato. Nota alta para os toiros de Charrua (muito bom o primeiro, razoável o segundo e bom o último, que Telles não entendeu e com o qual "perdeu os papéis") e para o primeiro de Falé Filipe, os outros dois foram difíceis, complicados e a Pedrito faltou poderio para dar a volta ao segundo, que o chegou a colher de má maneira. Muito bem, como sempre, os Forcados de Vila Franca, com três pegas à primeira a cargo de Rui Godinho, Ricardo Patusco e Pedro Castelo (que se lesionou numa perna). Boa direcção de corrida de Manuel Gama.
Não perca, mais logo, a detalhada análise de Miguel Alvarenga e todas as fotos de Emílio de Jesus.
Fotos João Silva e Armando Alves