sábado, 19 de novembro de 2016

Paco Camino em noite histórica na Fundação Cajasol

O escritor Carlos Abella, o jornalista José Enrique Moreno e o Maestro Paco
Camino esta semana na Fundación Cajasol em Sevilha
Paco Camino durante o "mano-a-mano" com o escritor Carlos Abella
Em Lisboa, distinguido com o Troféu ao Mérito pela Real Tertúlia D. Miguel I
com Miguel Alvarenga e seu pai, o saudoso Comandante João D'Alvarenga
Foto Marques Valentim
Paco Camino: momentos de glória de um dos mais famosos toureiros do
século XX
Paco Camino (à direita, na foto) num acto do Círculo Bienvenida, com dois
companheiros do seu tempo, Santiago Martín "El Viti" e o saudoso Diego Puerta
"Havia quem gostasse e quem não gostasse, mas 'El Cordobés' era um 'tio' fora
do normal"
"Nos toiros temos que nos fixar em alguém e eu fixei-me em António Ordoñez,
admirava-o desde miúdo"
Paco Camino em 1998 em Lisboa na casa de fados "Velho Páteo de Sant'Ana",
com Amadeu dos Anjos e Miguel Alvarenga; e em baixo, na mesma altura, junto
à Torre de Belém com o seu amigo e contemporâneo Amadeu dos Anjos


"Naquele tempo, treinávamos poucos, ainda que houvesse quem nos criticasse por isso. Toureávams assiduamente e não treinávamos com frequência. Hoje em dia, treina-se demasiado e os toureiros, inclusivamente, preparam-se como se fosse para serem boxeadores!" - palavras sábias do "Niño Sábio" de Camas (Sevilha), o Maestro Paco Camino, esta semana numa intervenção que está a dar que falar - foi na Sala António Machado do Centro Cultural Cajasol, da Fundação Cajasol em Sevilha (Espanha), onde o famoso toureiro esteve lado-a-lado com o escritor Carlos Abella num "mano-a-mano" moderado pelo jornalista José Enrique Moreno.
Paco Camino falou, inclusivamente, de outros companheiros, destacando a sua admiração por António Ordoñez: "Nos toiros, temos que nos fixar em alguém e eu fixei-me em António Ordoñez, admirava-o desde miúdo".
Também falou de alguns toureiros seus contemporâneos, como Diego Puerta ("Saltava-te para cima em cada tarde...") e de "El Viti" ("Era uma pessoa muito séria e com muita classe").
Sobre o carismático Manuel Benítez "El Cordobés", disse: "Era um tio fora do normal, não havia quem pudesse com ele. Podiam gostar mais ou menos, mas o tio estava aí todos os dias!".
Madrid, para Camino, "foi especial, era onde se fazia e se ganhava muito dinheiro. Era a reconfirmação de um toureiro". E estabeleceu uma comparação: "Em Madrid sentia-me mais relaxado, mas quando vinha a Sevilha ia muito tenso, era a minha terra e vinha esforçado".
E conta: "Recordo hoje mais quando era miúdo, do que quando era matador de toiros. A minha vida andava muito rápida e agora que estou mais tranquilo é que me dou conta do que sofri e de onde cheguei".
Foi uma noite de recordações e de emoções e que congregou numeroros aficionados de postín e representantes do mundo dos toiros, entre eles dois toureiros de Sevilha que fram ouvir Camino: Pepe Luís Vásquez e Morante de la Puebla.

Fotos D.R.