"Manolete" na praça de Linares na fatídica tarde de 28 de Agosto de 1947, esperando pela saída à arena do toiro "Islero", quinto da corrida |
O mítico toureiro no seu leito de morte |
A actriz Lupe Sino, a paixão da sua vida, com quem nunca chegou a casar |
"Manolete" na praça do Campo Pequeno com Carlos Arruza, numa foto célebre do famoso repórter Lucílio Figueiredo |
"O Monstro cordobés levava a morte escrita na cara antes de entrar no ruedo de Linares. Estava cansado de tourear, mas necessitava de uma morte de herói" - escreveu há cinco anos o jornal espanhol "ABC", no dia em que passavam exactamente 65 anos da sua trágica e fatal colhida. Hoje, 28 de Agosto, cumprem-se 70 anos sobre essa data. O famoso “Manolete”, de que este ano se assinala o centenário do nascimento, tinha 30 anos no que em que sofreu a colhida mortal.
Diz a lenda que Manuel Rodríguez Sánchez "Manolete" levava a morte escrita na cara quando nessa tarde chegou à praça de Linares. Que no seu traje de luces cabiam dois como ele, cada vez mais magro e branco que estava. Que levava anos jogando a vida nas arenas e queria finalmente parar, que no final da temporada cortaria a coleta e deixaria o toureio. Que "Islero", o Miura assassino que lhe roubou a vida nessa tarde, estava apartado para uma outra corrida em Murcia e não para ir ao seu encontro em Linares... Tudo isso está escrito no livro de Tico Medina, publicado no ano passado e intitulado precisamente “O dia em que mataram Manolete”.
"Que ganas tenho de que chegue Outubro", tinha repetido várias vezes, esperando pela hora de se retirar das arenas. A pressão tinha-se tornado insuportável para ele, com uma aficion cada vez mais exigente. "O público só está contente comigo se vou a caminho da enfermaria", dizia.
A Espanha e o mundo taurino ficaram em estado de choque há 70 anos. "Manolete" morreu em Linares, colhido por "Islero". Tinha um rosto cansado e uma aparência de homem mais velho, mas tinha nessa tarde, apenas e simplesmente, 30 anos de idade. Era a maior figura do toureio mundial. E tornou-se uma lenda.
Fotos Cano, Lucílio Figueiredo e D.R.