segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A todos! - Mariana Palha grata aos Amigos


Obrigada a todos pelas palavras que escreveram sobre o meu pai, em todas elas revi um bocadinho da pessoa que ele era, e tantas saudades me fizeram...
A sua morte foi prematura e inesperada, deixando em todos um sentimento enorme de saudade, mas que é preenchido com cada lembrança, cada palavra, cada história, cada amigo, cada recordação... É tudo isto que o mantém vivo na nossa vida e na nossa memória e é muito reconfortante saber que tal como nós (família) também marcou muita gente e deixou grandes amigos de verdade.
O meu pai era um ribatejano de alma e coração, vivia os toiros e os cavalos com uma intensidade única.
Confessou muitas vezes que uma das coisas que lhe dava mais prazer era montar a cavalo e perceber até onde este podia chegar. Tinha muitas vezes o drama “cocheira cheia ou vazia” e depois dizia “vendi demais” ou “não vendi nada”!
Era um negociante nato, os seus negócios “aciganados” a maior parte das vezes acabavam com um lanche na “Torre”. Muitas vezes dizíamos “só não vende os filhos porque não pode…”.
Quanto às corridas, a essas só faltava se não pudesse mesmo, tanto às “boas” como às “más”! E quando faltava estava sempre ao telefone com quem lá estivesse. Tinha de saber tudo, os cavalos, os ferros, os toiros, os forcados, as pegas, tudo!
Para no fim começar com os telefonemas aos toureiros para dar os parabéns ou uma palavra de apoio e dizer que para a próxima seria melhor.
Quando era dia de ir à corrida, as combinações começavam logo pela manhã, com telefonemas para os seus grandes amigos (amigos inseparáveis, que muitas vezes na brincadeira cá em casa dizíamos “então já ligou às namoradas?”), o tio Carlinhos, o tio Vasco Taborda, o tio Peu, o Manuel Paim, o Rafael Vilhais, o Emídio Pinto, o Firmino Pinto e o Dr. Núncio Fragoso, para ter a certeza que não faltavam! Saía de casa umas três a quatro horas antes da corrida (dependia da distância), na brincadeira dizíamos “veja lá não chegue atrasado”, respondia sempre “tenho que ver o ambiente…”.
Pois é, pai, espero que o ambiente hoje esteja como o pai gosta e que fique orgulhoso dos seus netos, dos seus amigos que organizaram toda esta corrida, de todos os toureiros, forcados e de todas as pessoas que estão aqui por si e para o homenagear.
Obrigada, pai por ter sido quem foi e pelo testemunho que deixou.
Beijinhos e até sempre!

Mariana

Foto D.R.