Sabia que, a 25 de Julho de 1581, os terceirenses usaram o gado bravo para derrotar as tropas espanholas que tentaram desembarcar na ilha açoriana?
Viviam-se os primeiros tempos do domínio espanhol em Portugal, no rescaldo da crise sucessória do Cardeal D. Henrique e da aclamação de Filipe II de Espanha como Rei de Portugal.
Na Ilha Terceira, resistiam os partidários de D. António, o Prior do Crato, pretendente ao trono português. As tropas espanholas tentaram desembarcar, num ponto conhecido por Casa da Salga, para submeterem a ilha ao seu domínio. Com escassos meios de defesa e face a um contingente de 200 homens, bem armados, os terceirenses usaram todos os meios para neutralizar a invasão, recorrendo, inclusivamente, a manadas de gado bravo, previamente concentrado na praia, que investiram sobre os invasores e assim ajudaram na sua derrota.
Conhecida pela Batalha da Salga, este combate, para além de provar o patriotismo das gentes açoreanas, prova igualmente a profunda relação, que perdura de há séculos, entre o povo terceirense e o gado bravo.
É toda esta relação centenária que será homenageada na corrida de 11 de Julho, no Campo Pequeno, em que confirmará a alternativa o cavaleiro terceirense Tiago Pamplona, num cartel que inclui também os nomes dos cavaleiros Ana Batista, Filipe Gonçalves, Manuel Ribeiro Telles Bastos, Miguel Moura e João Salgueiro da Costa. Pegam também os grupos de forcados amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e do Ramo Grande, que disputarão, com os seus homólogos de Beja, o prémio para a melhor pega de caras. Lidam-se seis imponentes toiros da ganadaria do Engº Jorge de Carvalho, que este ano comemora as suas Bodas de Ouro.