terça-feira, 27 de agosto de 2019

Guillermo Hermoso debuta dia 5 de Setembro no Campo Pequeno: "Espero estar à altura do cenário mais importante do toureio a cavalo"

Guillermo com seu pai e Miguel Alvarenga há dois anos na praça de Évora,
onde este ano fez a sua estreia em Portugal
"Ser filho do número um e levar um apelido com tanto peso é uma grande
responsabilidade"


Guillermo Hermoso de Mendoza, a nova estrela do rejoneio, faz a sua apresentação no Campo Pequeno no próximo dia 5 de Setembro, alternando com António Telles e com seu pai, Pablo Hermoso de Mendoza, ídolo da aficion lisboeta. Em entrevista ao "Farpas", o jovem cavaleiro fala das suas expectativas para o debute na Catedral do Toureio a Cavalo

Entrevista de Miguel Alvarenga

- Guillermo, que expectivas para a apresentação em Lisboa, a grande Catedral do Toureio a Cavalo?
- Espero, primeiro que tudo, que o público me trate com o carinho que sempre demonstrou a meu pai e para isso eu espero dar-lhes tudo o que esperam de mim. Sobretudo espero estar à altura do cenário mais importante do toureio a cavalo, desse palco tão sagrado que é a praça de toiros do Campo Pequeno.

- Como sentiste o público português na tua recente apresentação em Évora?
- Gostei muito do público e sobretudo do carinho com que me trataram, apesar de, no início, me ter custado um pouco a adaptar-me à lide portuguesa e ao toiro português. Apesar de alguma imprecisão, o público perdoou-me sempre e senti o seu alento e o seu apoio.

- É fácil ou difícil ser filho do Maestro Pablo Hermoso de Mendoza?
- Tive mais facilidade nos ensinamentos, em aprender os seus conceitos e em ter sempre atrás de mim todo um maestro, mas existe também a dificuldade e a responsabilidade de ser filho do número um e levar um apelido que tem tanto peso.

- Como vês o toureio a cavalo em Portugal?
- Continua a manter a essência do toureio puro, do toureio antigo de todos os maestros e sobretudo fiel ao que sempre foi a escola portuguesa.

- Que cavaleiros mais admiras?
- Gosto de fixar a minha atenção nos veteranos, como António Ribeiro Telles ou João Moura, de quem aprendemos sempre algo em cada uma das suas actuações. Também admiro a juventude dos mais novos, que se vêm afirmando com força, gosto de me fixar neles porque são aqueles com quem vou ter que competir no futuro.

- O toiro em Portugal, sem levar rojões de castigo, é mais complicado?
- É diferente, porque o toiro está mais íntegro e isso muda muito a lide tradicional. Tem muito mais mobilidade e afronta a reunião com mais força. É uma lide muito diferente da que se dá no resto dos países taurinos.

- Apresentas-te na próxima semana em Lisboa com toiro de Passanha, com teu pai e com o Maestro António Telles e os forcados de Alcochete e do Aposento da Moita. É o cartel sonhado para a tus estreia no Campo Pequeno?
- Debutar em Lisboa já é concretizar um sonho e estar acompanhado do meu pai e de um dos maestros da tauromaquia portuguesa é uma grande honra.

- Admiras os forcados? Serias forcado?
- Sim, admiro-os muito pelo seu valor, como jorgam a vida todos os dias e por manterem uma tradição familar tão enraizada. Quanto a eu ser forcado... nunca seria capaz de chegar a fazer o que eles fazem com o toiro!...

- O que pode o público lisboeta esperar de Guillermo Hermoso de Mendoza no próximo dia 5 de Setembro?
- Entrega, paixão e sobretudo esforço para que nessa noita saiam da praça satisfeitos com o que presenciaram.

Fotos Juan Andrés H. Mendoza e Maria Mil-Homens